Movimento de produtoras rurais de Alegrete organiza frente contra incêndios

O Movimento das Produtoras Rurais de Alegrete (Mopra) articulou uma frente robusta contra os incêndios rurais, reunindo no Sindicato Rural representantes de instituições públicas e privadas.

A iniciativa surge como resposta urgente ao agravamento da situação pelas estiagens, evidenciado pelos relatos impactantes de produtores que sofreram perdas significativas.

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O programa emergencial do Mopra prioriza a detecção precoce de focos e a rápida mobilização de recursos. Reconhece-se a necessidade crucial de investir em infraestrutura para otimizar as operações de combate. A rica troca de experiências durante o encontro expôs as dificuldades compartilhadas no enfrentamento do fogo.

O principal resultado da reunião foi a formação de um grupo de trabalho dedicado à elaboração de planos de ação concretos. Conforme Ruth Dorneles que integra o Mopra as medidas planejadas abrangem desde reuniões estratégicas e fóruns de discussão até campanhas de conscientização e projetos para a implementação de polos equipados com tecnologias avançadas, como sensores e GPS, visando a antecipação e a prevenção de incêndios.

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A viabilidade dessas ações depende fundamentalmente da captação de recursos e da colaboração efetiva entre os setores público e privado. Durante o encontro, foram debatidos os graves impactos dos incêndios na saúde e no meio ambiente, reforçando o clamor por uma ação coordenada e pela criação de um fórum permanente que integre a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros, o Exército, a RGE e os produtores rurais.

Produtoras rurais do Mopra

Para o Mopra, a implementação dessas medidas é emergencial. O próximo passo crucial é a criação de um comitê executivo com representantes de todos os setores envolvidos, garantindo uma implementação coordenada e eficaz das ações na zona rural.

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Nessa ocasião, o Movimento de produtoras Rurais de Alegrete apresentou uma proposta de trabalho integrado, com metodologia e organização bem definidas e planos de ação com um ciclo de planejamento anual. A proposta visa superar a abordagem reativa de mobilização de forças-tarefa apenas em períodos de crise. Em vez disso, propõe um plano anual consistente, com coordenação multi-institucional público-privada, posicionamento estratégico de recursos e melhoria contínua, através da avaliação das ações e da adaptação de estratégias com base em dados e processos.

A integração da tecnologia é considerada essencial para qualquer estratégia eficaz. No entanto, o Mopra identificou gargalos críticos, como a falta de internet de alta velocidade no campo, a necessidade de geolocalização em tempo real, a escassez de água e a ausência de pistas de pouso adequadas. A criação de polos estratégicos equipados com brigadas de voluntários treinados e materiais e equipamentos disponíveis para o início imediato dos protocolos também é uma prioridade.

Necessidades

O Mopra aponta a deficiência existente em protocolos e planos de contingência, a ausência de um fundo de recursos dedicado e a falta de um posicionamento estratégico claro. A atuação isolada das instituições em situações de sinistro expõe falhas como a falta de efetivo nos bombeiros, caminhões inadequados para o terreno rural, problemas de localização e a despreparo da Defesa Civil, que muitas vezes age de forma reativa.

Diante desse cenário, o trabalho iniciado pelo Mopra busca convocar as instituições, identificar as deficiências existentes e buscar soluções conjuntas, unindo esforços dos setores público e privado. A expectativa é que, no próximo verão, a região esteja mais preparada e resiliente para enfrentar com mais força e inteligência os impactos das mudanças climáticas no pampa gaúcho.

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