É a primeira vez que essas mutações foram identificadas no país, segundo o virologista Fernando Spilki. Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale analisou o sequenciamento de 26 genomas do vírus SARS-CoV-2. Pesquisadores ainda precisam confirmar a nomenclatura da variante.
Uma nova variante do coronavírus foi detectada pelo Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale, em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A descoberta foi comunicada na segunda-feira (5) pela Rede Corona-Ômica BR-MCTI.
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“É uma variante. O que falta é definir sua permanência, dispersão, nomenclatura. Isso é que leva mais tempo”, disse ao G1 o virologista Fernando Spilki.
Ainda não é possível definir o risco de contágio dessa variante.
“Não temos ainda um número de casos que possa informar sobre isso. Para chegar a esse dado, é necessário monitorar por mais tempo”, explica Spilki.
Os pesquisadores analisaram o sequenciamento de 26 genomas do vírus SARS-CoV-2 de amostras coletadas entre final de abril de metade de junho de 2021. O material genético veio de amostras de 20 pessoas que cruzaram a fronteira entre o Rio Grande do Sul e a Argentina, em Uruguaiana, outros quatro foram entregues pela Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre (SMS) e duas foram recebidas no próprio laboratório da Feevale.
“Esses achados recentes demonstram a necessidade da continuidade dos esforços de vigilância genômica, mesmo que o número de casos esteja estabilizado, para que a gente possa acompanhar em tempo real em que medida surgem novas variantes”, observa o virologista.
De acordo com o estudo, em nenhum dos genomas analisados foram encontradas características da P.1 (variante brasileira detectada inicialmente em Manaus) e P.2.
Em razão da metodologia aplicada no sequenciamento do estudo, se acredita que a nova variante esteja sendo observada em tempo real.
“Dizer que é emergente significa que ela está surgindo agora, que nós não havíamos identificado antes”, afirma Spilki.
Enquanto os pesquisadores analisam as características das mutações identificadas, a nova variante recebe o nome de PX.
“Os próximos passos de pesquisas como essas sempre são manter o esforço integrado entre os diferentes entes do estado e universidades que trabalham nesse tipo de esforço. E, principalmente, que a gente leve agora essas amostras diferentes que encontramos para laboratório para fazer aqueles estudos relacionados à proteção vacinal, onde nós analisamos o soro de indivíduos já vacinados, de indivíduos convalescentes já recuperados da infecção por outras variantes, para que a gente possa ter a confiança que temos tido em relação às vacinas e à proteção mesmo perante esses vírus novos”, acrescentou Spilki.
Fonte:G1