Alta taxa de ocupação dos leitos da UTI acende o alerta para bandeira vermelha em Alegrete.
Os dados demonstrados através do site do governo do Estado que faz monitoramento diário e o boletim da 10ª CRS de Alegrete emitidos na tarde de quinta-feira(23), são preocupantes. No Município, dos 18 leitos de UTI disponíveis, oito que são da UTI adulta(não Covid-19), estavam 100% ocupados, já os 10 que são da UTI Covid-19, estavam com 80% da ocupação. Desta forma, apenas dois leitos sobrando, além dos outros 12 pacientes que estavam no hospital de Campanha com quadro de síndromes gripais. Estes pacientes aguardam a realização ou o resultado do teste para o coronavírus.
Nesta semana, como o PAT já evidenciou em outras matérias, o crescente número de casos positivados e do registro de dois óbitos, deixa o Município em uma situação delicada em relação aos dados que foram repassados ao Governo do Estado na tarde de ontem(23). Em muitas entrevistas, o governador Eduardo Leite, destacou a importância de que não tivesse uma ascensão de casos de forma abrupta e o principal são as vagas de leito UTI. Além de Alegrete, que faz parte da Região 3(Uruguaiana), no total são nove municípios. Segundo o Prefeito Márcio Amaral, todos tiveram um aumento de casos nesta semana, o que torna muito difícil, desta vez, ter argumentos que faça o Governo do Estado flexibilizar novamente, em caso de bandeira vermelha para a região.
O Prefeito lamenta que ainda há pessoas que não entenderam o grande problema e as dificuldades do momento.
Além do próprio discurso do Governador na última segunda-feira(20), quando foi taxativo em destacar que em caso de aumento de novos infectados, os municípios que fossem para bandeira vermelha iriam permanecer, independente de recurso. Ele citou ainda que na última semana foram 59 pedidos de reconsideração, por esse motivo fez a proposta de passar para os municípios decidirem o que abre e o que fecha e, esta proposta foi rejeitada pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) .
A Santa Casa de Alegrete possui três UTIs, a UTI adulta(8 leitos), UTI Covid-19(10 leitos) e a UTI Neonatal(10 leitos), destes, 18 somam para o Estado e atualmente estavam com 100% da ocupação na UTI adulta e 80% da ocupação da UTI Covid-19. De forma distinta, mas que também faz parte da Santa Casa, a UTI Neonatal, está com 100% da sua ocupação. Na UTI Covid-19 nem todos os pacientes estão usando respiradores, alguns, estão com ventilação mecânica, mas segundo a Dra Marilene Campagnollo, a situação do paciente não é considerada estável e ele não pode ser removido daquele leito, pois pode vir a precisar do respirador a qualquer momento. Isso torna o contexto todo muito preocupante e que deixa o Município em uma situação bem delicada quanto à ocupação de leitos. E, lamentavelmente, pode ocorrer o que a Secretaria de Saúde e os profissionais da Santa Casa, que fazem parte do Comitê de crise estão alertando a população há meses, um colapso na rede de saúde. Isso, mais uma vez, vem de todas as pessoas que estão sendo irresponsáveis, que circulam de forma desenfreada, sem necessidade, que não fazem o uso dos EPIs de forma adequada, como mascaras que estão, na maioria em todos os lugares, exceto de forma correta no rosto que é cobrindo a boca e o nariz. Assim como o uso do álcool em gel e as aglomerações.
Desde o último domingo(19), o número de casos positivos vem se mantendo em elevação, nestes quatro dias Alegrete, somam 46 casos positivos da Covid-19.
De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado no final da tarde de ontem, Alegrete registrou mais 13 casos positivos de Covid-19 e 10 pacientes recuperados nesta quinta-feira, 23 de julho. Os positivos são 6 mulheres, 6 homens e uma criança, todos com idades entre 9 e 71 anos e estão em isolamento domiciliar. Os recuperados também estavam em isolamento domiciliar. Agora são 173 casos confirmados, com 112 recuperados, 52 ativos (46 em isolamento domiciliar e 6 hospitalizados) e 9 óbitos.
São 2.059 pessoas testadas, com 1.875 negativos, 173 positivos e 11 aguardam resultado do exame. Em observação com síndrome gripal são 236 pessoas.
Flaviane Antolini Favero
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