Medida do Contran, que deve começar a valer na sexta-feira, torna facultativo o uso do equipamento em veículos de passeio
A medida que torna opcional o uso de extintores em veículos de passeio, anunciada quinta-feira(17), ainda causa divergência entre especialistas. Para a Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Rio Grande do Sul, o equipamento deveria continuar sendo obrigatório.
— Os princípios de incêndio podem ser debelados com uso de extintores. Às vezes, é necessário mais de um, então paramos outros carros e pedimos. Com essa medida, poderemos ter mais dificuldade de encontrar extintores e o risco de estragos maiores em carros, matos e para pessoas pode ser bem maior — avalia o chefe de Comunicação da PRF-RS, Alessandro Castro.
Ele ainda diverge da justificativa do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), responsável pela revogação da lei, de que os equipamentos são de difícil uso:
— No nosso entendimento, ele não é de uso complicado. É só tirar o lacre, apontar e apertar — aponta Castro.
Engenheiro civil e especialista em prevenção de incêndio, Telmo Brentano acredita que os extintores tenham pouca efetividade no combate a chamas em veículos.
— Não tenho estatísticas, mas, hoje em dia, é muito difícil um carro pegar fogo, a não ser acidente ou choque. Acredito que existe muito mais uma questão comercial, dos fabricantes, por trás dessa obrigação — avalia Brentano.
Segundo ele, cientificamente, está comprovado que um carro “não pega fogo por si só”, já que estão tecnologicamente mais avançados, principalmente no que diz respeito aos motores.
— Antigamente, a Kombi e o Fusca tinham motores com refrigeração a ar, por isso eram mais suscetíveis a pegar fogo no motor. Hoje não existe mais. Os motores são refrigerados a água, o que evita superaquecimento — conclui o engenheiro.
Fonte: Diário de Santa Maria