Planejamento Estratégico: o fio condutor da empresa para dentro das fazendas

Muitos empreendedores administram seu negócio sem nunca fazerem um planejamento estratégico (PE), e acabam o utilizando o modo “ver no que vai dar”. Planejar é crucial!

O gestor precisa saber aonde quer chegar, imaginar o futuro do negócio e, mais importante ainda, planejar ações para alcançar o patamar desejado. Trago hoje aqui uma abordagem resumida sobre como ver seu negócio, sua fazenda como uma empresa e portanto, planejar de forma estratégica para se alcançar rentabilidade com propósito.

Para realizar um planejamento estratégico, basta buscar o conhecimento de teóricos da administração e empresários que já passaram pelo mesmo desafio, mas o que é um planejamento estratégico? E o que determina sua importância?

O fator determinante do planejamento estratégico é o impacto de toda a organização nas decisões. Ele fica acima e cumpre o papel de informar todos os outros planos da organização. É, portanto, uma espécie de mestre condutor dos planos de ação.

 

Planejar se refere ao ato de pensar em um futuro almejado e, além disso, elaborar um modelo para que se chegue até esse cenário estipulado como meta.

Usar a estratégia implica em identificar detalhadamente os recursos disponíveis, reconhecer as possibilidades realistas, antecipar tendências, estudar a concorrência e muitas outras ações direcionadas aos objetivos do negócio. Ainda garantir que tudo isso respeite o propósito da empresa, da essência do negócio. Portanto, trata-se de um momento de reflexão, discussão, avaliação e direcionamento dos rumos do negócio, para avaliar os pontos fortes e fracos.

2020 não foi um ano fácil e, devido a fatores como instabilidade na economia e política, assim como o avanço tecnológico, as coisas podem mudar de um dia para o outro, como ocorreu. E, com isso, alguém pode questionar a importância do PE justamente em função dessas alterações repentinas, o que, na realidade acontece justamente ao contrário, pois o PE ajuda a empresa a se tornar menos suscetível e vulnerável aos movimentos do mercado.

O problema é que muitos negócios de pequeno porte têm uma cultura excessivamente operacional e, mesmo os gestores acabam tendo pouco tempo para pensar em estratégia. Nesses casos, é importante que haja uma mudança cultural, porque um bom planejamento pode resolver essas duas questões: aumentar a quantidade de recursos e o tempo disponível para criar estratégias de crescimento.

Outra grande importância do planejamento estratégico é que ele é uma forma de autoconhecimento. Ele engloba a análise de forças e fraquezas, o que facilita medidas para criar uma estrutura mais eficiente, corrigindo os defeitos, potencializando os pontos positivos e transformando-os em diferenciais competitivos e, tal análise deve ser feita pelas principais lideranças da empresa.

Basicamente, os pilares do planejamento estratégico serão as respostas para perguntas que parecem simples, como: Onde a empresa está? Para onde queremos ir? Como vamos chegar lá? A partir daí, há várias metodologias e ferramentas que ajudam a fazer mais perguntas, detalhar as respostas, analisar os cenários e elaborar as estratégias e ações necessárias para chegar ao objetivo.

E quais são as ferramentas que podemos utilizar? Existem várias metodologias, entre elas: Análise SWOT, BSC, BCG, SMART e por aí vai.

No geral, todas elas definem a estratégia de crescimento e perspectivas financeiras, perspectiva de clientes/fornecedores, processos internos e autoconhecimento. É importante que essas perspectivas estejam atreladas a metas e relacionadas entre si, alinhadas, obviamente, com o PE.

E, falando em metas, estas devem ser objetivas, caso contrário ninguém saberá exatamente o quanto está próximo de alcançá-la, desmotivando o colaborador/equipe.

As metas precisam partir de uma base nominal e, a partir disso, estabelecer um percentual de evolução desejado, uma janela de período (com início e fim), além de garantir que os resultados sejam medidos de forma confiável.

Definidas as metas, o plano tático é elaborado e implantado. Ele trata do desdobramento do planejamento estratégico a nível departamental. Ele trata das contribuições de cada área da empresa para a realização dos objetivos traçados no planejamento estratégico.

Nessa fase, os planos começam a ser mais detalhados e concretos, portanto. Eles são traçados para a execução a médio prazo.

Veja que a ordem das coisas é partir, primeiro, de uma análise da empresa como um todo, definindo objetivos, metas, missão, visão, valores e exercitando o autoconhecimento.Só depois disso, tudo deve ser transmitido às unidades de trabalho da empresa ou fazenda. Isso porque todos devem seguir planos táticos com o mesmo propósito.

De qualquer forma, é no plano tático onde tudo começa a ser aplicado na prática. Então, é fundamental contar com gestores competentes em todas as áreas, que compreendam bem a importância do pensamento estratégico em seu trabalho e nos resultados da empresa.

Com os objetivos e as metas embasadas e pensadas estrategicamente, a empresa tem um norte, não fica suscetível a modismos e devaneios dos gestores.

Mas tenha em mente que não basta contratar uma empresa de consultoria, fazer um trabalho estratégico intensivo em alguns meses e pronto. É preciso levar essa mentalidade adiante, criar uma verdadeira cultura do planejamento estratégico. Repensar os planos não é necessário, mas se possível sempre tendo o propósito como guia.

Então, minha sugestão é que:

1. Coloque tudo no papel

    1. Reúna a equipe executiva para refletir e discutir lições aprendidas e idéias..

2. Defina os atores envolvidos

    • Reúna os decisores e trace a participação de cada um nas decisões do rumo da empresa

3. Reúna informações-chave

    • Defina o máximo de informações relevantes que sirvam de base para as decisões

4. Defina metas claras e métricas para avaliar os resultados

5. Fomente o engajamento dos seus funcionários

6. Explore suas potencialidades

7. Invista em novas tecnologias

8. Organize e coloque em prática

    • É a parte mais difícil, na qual é a transformação do PE em planos de ação para cada departamento da empresa.

João Paulo Sigolo T. Bastos – Consultor pela Infinity Consultoria de Gestão Agropecuária convidado pela Nutricorp

Fonte: Nutricorp