Polícia investiga família por uso de documentos falsos para receber vacina contra a Covid em Cachoeira do Sul

Pai e filho receberam doses da CoronaVac com registros falsos de profissionais da saúde, aponta a Polícia Civil. Filha de 17 anos teria tentado aplicar a mesma fraude, mas fugiu, diz delegado. Coren-RS apura conduta da mãe, que é enfermeira.

A Polícia Civil de Cachoeira do Sul, no Vale do Taquari, abriu um inquérito para investigar uma família que teria usado documentos falsos para furar a fila da vacinação e receber os imunizantes contra a Covid-19. Segundo o delegado regional José Antônio Taschetto, as investigações apontam que um homem, de 53 anos, e o filho dele, de 22 anos, receberam as duas doses da CoronaVac nos dias 5 de fevereiro e 4 de março utilizando documentos falsificados.

A suspeita iniciou quando a outra filha, de 17 anos, foi a um posto de saúde da cidade para receber a vacina. Os profissionais da saúde desconfiaram e ela fugiu do local. Os três são moradores de Passo Fundo, no Norte do estado, e teriam ido à cidade a 250 km de distância para se vacinar.

Nesta quinta-feira (15), policiais de Passo Fundo cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa da família. De acordo com a Polícia Civil, a mãe e esposa dos suspeitos é enfermeira.

O caso foi encaminhado para o Conselho Regional de Enfermagem, já que o homem e os filhos teriam usado registros falsos para conseguir a imunização. Na ação conjunta entre as polícias dos dois municípios, foram apreendidas carteiras do Coren-RS, cartões de vacinação e duas cédulas de identidade falsas.

O Coren-RS confirma que recebeu a denúncia e está averiguando a veracidade. Se confirmada a situação, a profissional sofrerá processo ético dentro do conselho, que corre em sigilo. Ela pode até perder o registro profissional.

O pai e o filho devem responder em liberdade pelo crime de uso de documento público falso, cuja pena varia de dois a seis anos de reclusão. Já a filha, que é menor de idade, se denunciada pela Promotoria da Infância e da Juventude, deverá responder a um procedimento infracional por crime equivalente.

A polícia ainda apura a ligação da família com o município de Cachoeira do Sul para entender por que eles cometeram a fraude na cidade.

Fonte: G1