Há três anos, Andrei Goulart, então com 12 anos, foi encontrado morto no quarto onde dormia com o tio. Na época, investigação apontou possibilidade de suicídio ou acidente. Após insistência da mãe, Ministério Público reabriu o caso.
A Polícia Civil se manifestou nesta sexta-feira (6) sobre a investigação reaberta pelo Ministério Público da morte de Andrei Ronaldo Gonçalves Goulart. Segundo a diretora do Departamento de Homicídios da Polícia Civil, Vanessa Pitrez, a polícia não pretende reabrir a investigação.
“Nós não temos fatos novos consistentes e contundentes que levem a uma reabertura integral da investigação. Se houver uma determinação judicial para reabertura do caso, será reaberto”.
Três anos atrás, Andrei, então com 12 anos, foi encontrado morto no quarto onde dormia com o tio, Jeverson Olmiro Lopes Goulart, em Porto Alegre. Na época, investigação indicou a possibilidade de suicídio ou acidente.
O Ministério Público, porém, pediu a reabertura do caso, o que foi aceito pela Justiça. Catia Goulart, mãe do menino e irmã de Jeverson, desconfiava da condução do inquérito e das provas colhidas na época.
Com isso, o ex-policial virou réu por homicídio duplamente qualificado pela morte do sobrinho
De acordo com o Ministério Público, novas testemunhas foram ouvidas após a reabertura do caso. Uma delas teria contado que, quando criança, foi abusada por Jeverson.
A promotora Lucia Helena Callegari acredita que o homem também abusou de Andrei. “A gente consegue compreender uma dinâmica de que houve abuso e uma tentativa de encobrir isso matando o menino”.
“Na fase de investigação em nenhum momento houve suspeita de abuso sexual nesta criança, não foi aventado por qualquer familiar a possibilidade de ter ocorrido um abuso sexual”, destaca a delegada Vanessa.
Em conversa por telefone com a reportagem da RBS TV, o ex-policial militar falou pela primeira vez sobre o caso. “Eu não tenho nada a dizer nesse momento. Lamento, né, essa dor, essa tristeza, de essa prorrogação dessa indefinição”.
Questionado se matou o sobrinho, ele diz: “não matei. Pelo que eu ouvi falar, que poderia ser acidente, né. Que ele teria mexido na arma. Mas eu não vou entrar em detalhes. Por orientação do meu advogado, nós vamos nos manifestar no processo”.
O Ministério Público pediu a reconstituição do crime. A polícia consultou o Instituto Geral de Perícias (IGP), que informou que não é possível pois o local onde tudo aconteceu está alterado.
O laudo da perícia feito pelo IGP no celular de Andrei indicou que arquivos foram apagados após a morte do menino. Segundo o advogado da família, nesse período o aparelho estava com o tio. Jeverson agora é réu por homicídio qualificado.
Fonte: G1