Professores em greve se dizem perplexos com o pacote de cortes do Governo do Estado

Por longos anos os professores gaúchos lutam por seus direitos e, na maioria da vezes, esse trabalho foi infrutífero .

E a pouco menos de dois meses de terminar o ano letivo de 2019, a classe se vê diante de um pacote do Governo do Estado que aniquila a carreira do Magistério. Só que desta vez a maioria despertou para os prejuízos e parou as atividades em Alegrete.

A importância de um professor é incontestável, porque não há uma só pessoa que não tenha passado por uma sala de aula. Eles são fundamentais deste a pré escola até os cursos de Doutourado. É um trabalho intelectual que exige estudo e atualização, diante das rápidas mudanças do mundo.

E o desafio de ser professor aumenta, atualmente, em salas cheias em que, às vezes, sofrem agressões e desrespeito e os mais variados tipos de violência e ainda recebem os salários parcelados, há 50 meses, na Rede Estadual do Estado e, mesmo assim, continuam firmes ministrando aulas.

Desvalorizar o Magistério é apontar uma arma contra a própria cabeça, no sentido da deseducação do seu povo e, por conseguinte, sofrer as consequências de um país sem profissionais à altura do que exige o desenvolvimento de uma Nação.

E este pacote corta vantagens como: triênios, quinquênios, difícil acessos na área urbana, aumento de contribuição para aposentadoria, redução nos adicionais de unidocência, classe especial e penosidade, além de reajuste zero por tempo indeterminado, aumenta desconto do IPÊ.

No piquete na praça Getúlio Vargas, o professor Vanderlei de Paula falou que a classe vem tentando sobreviver diante dos salários parcelados. Essa PEC vem para fazer os professores pagar dívidas que não geraram e, ao mesmo tempo, o governo concede isenção de impostos a grandes empresas.

– Nos praticamos um trabalho intelectual que nos exige constante atualização para podermos acompanhar mudanças e passar conhecimentos aos alunos.  Sem o trabalho desses mestres, que lapidam pedras brutas e acrescentam saber, não conseguiremos formar futuros cidadãos gaúchos. Com essas mudanças propostas, como garantir a qualidade da educação no RS”, indagou.

A professora de História e Geografia, Valquíria Alves Caminha, mesmo aposentada esta apoiando os colegas por saber o quão nefasto serão as mudanças. – É  horrível as pessoas trabalharem com afinco, se dedicarem e verem suas carreiras ir por água abaixo, numa profissão que é a base de todas as outras. Somos uns heróis dentro da sala de aula, não tendo como pagar as nossas contas e ainda saber que poderemos perder vantagens de anos conquitadas em concurso e por tempo de serviço .

A servidora da escola Marquês de Alegrete, Elizete Cambraia Porto, com 30 anos de trabalho diz que o que está acontecendo é um verdadeiro terror e que chegou a receber 130 reais parcelados. -Eu não esperava por este pacote e assim como enfrentarmos outros governadores não vai ser este que vai nos retirar direitos conquistados ao longo de décadas, enfatizou.

Vera Soares Pedroso