Balão/satélite de projeto do Google caiu ontem no Vasco Alves

Um balão/satélite caiu em uma fazenda no interior de Alegrete.

A postagem do alambrador Uellison Fernandes de 27 anos deu o que falar na noite de ontem (10). A repercussão depois que ele colocou fotos em seu perfil no Facebook foi inesperada, segundo relatou à reportagem.

“Bah, não imaginei que fosse causar tanta curiosidade e ligações”, disse o alambrador.

Ele descreveu que recebeu ligações até mesmo de Brasília. A informação foi de que o balão saiu de Montevideo e caiu em uma fazenda no Vasco Alves, cerca de 38km da cidade, entre Alegrete e Quaraí.

” Trabalho há anos aqui e nunca tinha visto algo parecido. Foi por volta das 7h da manhã que eu e mais dois funcionários percebemos o estrondo. A tardinha quando parou a chuva fomos olhar, com medo que aquilo pudesse explodir, um monte de luzes e uma estrutura enorme. ” – contou.

Uellison disse que, de acordo com o que ele entendeu, uruguaios tiveram na fazenda para ver a estrutura. A informação repassada é que o equipamento tem um valor considerável e seria retirado ainda nesta manhã de sábado (11).

As imagens renderam mais de 600 compartilhamentos em pouco mais de uma hora.

Pouco tempo depois, uma postagem na página da Metsul Meteorologia dizia o seguinte:

Recebemos estas fotos de área entre Alegrete e Quaraí. Aparentemente, um dos balões do projeto Loon do Google que estão na estratosfera, a uma altitude de cerca de 15 a 20 km, para disponibilizar internet. Topos das nuvens de tempestade hoje no Oeste gaúcho atingiram grandes altitudes, coincidindo com a queda.

Projeto Loon é um projeto de pesquisa e desenvolvimento que está sendo desenvolvido pelo Google com a missão de fornecer acesso à Internet para áreas rurais e remotas. O projeto usa balões de alta altitude colocados na estratosfera, a uma altitude de cerca de 20 km para criar uma rede sem fio com velocidade semelhante a de 3G das redes de telefonia móvel. Por falar nisso, o funcionamento é através de conexões a smartphones com suporte ao LTE.

Eles carregam equipamentos de rede móvel alimentados por energia solar. Um grupo de balões espalhados cria uma rede que disponibiliza conexão sem fio em determinada área, ou seja, o funcionamento é semelhante ao das torres terrestres. A maior diferença é que os balões estão em movimento constante. O sistema de navegação funciona de modo autônomo, supervisionado por operadores, e usa inteligência artificial para se aperfeiçoar.

Fotos: Uellison Fernandes

Flaviane Antolini Favero