Acidente ocorreu na noite de quarta-feira (6), no Rio Uruguai. Um jovem de 19 anos está desaparecido. Buscas são realizadas.
O estudante Jardel Tamiozzo, que estava na embarcação que virou na noite de quarta-feira (6), no Rio Uruguai, em Barra do Guarita, na Região Norte do Rio Grande do Sul, fala sobre o desespero após o acidente.
O transporte, que seguia de Itapiranga, Santa Catarina, para o município gaúcho, virou com 14 pessoas. Um jovem de 19 anos está desaparecido.
“Uns ficaram agarrados no barquinho, outros ficaram boiando, navegando, e eu segui junto com a minha namorada correnteza abaixo, no sentido da barranca para nadar. O rio estava dois metros acima do nível, estava correnteza forte, com bastante ondulações na água”, conta Jardel.
O casal e outros estudantes utilizam a travessia todas as noites para ir até a faculdade.
“Era para ser uma travessia normal. Foi embarcado por volta de 22h40 e começamos a fazer a travessia. Praticamente na metade do rio, um pouquinho mais, começou a entrar água pela frente do barquinho, vindo a encher de água pela frente até ir para trás, afundar e virar”, conta.
Jardel e demais sobreviventes foram resgatados por outras embarcações. A travessia entre uma margem e outra do Rio Uruguai tem cerca de 600 metros de distância. De acordo com os bombeiros, os ocupantes do barco não usavam colete salva-vidas.
“Perceberam o acidente, a gente começou a gritar, e eles vieram resgatar. Tinha colete no barco, mas não estava usando. Eu acredito que, de repente, não teve orientação do piloto ou alguns não quiseram usar”.
“Tu não vai esperar que vai acontecer alguma coisa numa travessia dessas, tão perto. Tu não está esperando um negócio desses”, acrescenta.
Estudante Jardel Tamiozzo estava no barco que virou. Ele conta como aconteceu o acidente — Foto: Reprodução/RBS TV
Buscas por jovem desaparecido
O capitão do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, Diogo Battaglin, informou que está no comando da operação de busca pelo jovem desaparecido no Rio Uruguai. Segundo ele, o rio está aproximadamente três metros acima do nível normal, a água está bastante escura e com forte correnteza.
“Temos um trecho de aproximadamente 16 km para realizar buscas, ou seja, até onde inicia o Salto do Yucumã, o que, por questões de segurança, impede o avanço das buscas. Porém, os 16 km estão sendo vistoriados pelas laterais e meio do rio”, afirma o capitão.
Um colete salva-vidas, uma boia rígida e dois galões de combustível vazios foram encontrados por volta das 2h da madrugada desta quinta, cerca de 10 km distante do local do acidente.
“A Marinha está em deslocamento para Itapiranga, a princípio com duas embarcações para auxiliar na busca, e deve chegar por volta das 15h de hoje [quinta]. Um helicóptero do Saer/Fron [Serviço Aeropolicial de Fronteira] realizou dois sobrevoos no início da manhã por quase toda a extensão do rio, não pôde avançar mais devido à neblina”, diz Battaglin.
Uma embarcação do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul também está auxiliando nas buscas.
Local onde a embarcação virou. — Foto: Juliane Monteiro/ G1
Fonte: G1