Sem consumidores nas lojas, comerciantes se reinventam para continuar vendendo

Com o avanço da pandemia de coronavírus alterando a rotina de milhares de pessoas e espalhando apreensão por toda cidade, órgãos públicos e empresas também estão se ajustando à realidade do avanço da doença.

Em Alegrete é notória a diminuição de fluxo de pessoas nas ruas. O comércio é o setor que mais sentiu a mudança drástica de comportamento do consumidor.

Com dois casos suspeitos, o medo do coronavírus já afeta o comércio de produtos e serviços da cidade. Cafés, restaurantes e lojas estão praticamente vazios e centenas de eventos de lazer, entretenimento e esportivos foram cancelados ou adiados.

Diante desta nova rotina, restaurantes, bares, lancherias, lojas e até barbearias estão buscando alternativas para continuar atendendo o público.

Nesta sexta-feira (20), uma rede se supermercados inicia um horário diferenciado de atendimento. Idosos com mais de 60 anos, diabéticos, hipertensos, doentes crônicos e grávidas terão atendimento prioritários nas primeiras hora da manhã, o restante das horas serão para os demais clientes.

Além disso, supermercados oferecem a possibilidade dos consumidores receberem suas compras em casa, comprando através de um contato telefônico, disponibilizado por alguns estabelecimentos locais.

Um restaurante no centro da cidade, acostumado a ter sua totalidade de mesas lotadas, restringiu pela metade sua capacidade. Em cumprimento ao decreto municipal, e orientações dos órgãos de saúde de evitar aglomerações, o movimento caiu.

Foi então que a empresária achou uma alternativa viável. A entrega pela telemoto que já existia no estabelecimento foi reaquecida para abastecer os clientes que optarem pelo serviço.

Uma agro-veterinária inovou. Diante da visita dos clientes costumeiras, os atendentes estão ligando aos clientes oferecendo o serviço com entrega no endereço do comprador. Com horário diferenciado e escalonamento de funcionários, a veterinária tem atendido sua carteira de clientes, prevenindo assim a proliferação do coronavírus.

Outro exemplo vem de uma loja especializada em bicicletas. O proprietário colocou o telefone WattsApp à disposição para eventuais vendas e serviços. A loja permanece em regime de plantão e fechada para visitação do público.

Uma conceituada barbearia viu seu movimento cair no início da semana. Os clientes desapareceram e a alternativa foi oferecer a modalidade de cortes em casa, sem cobrança adicional.

Vários bares e hamburguerias se socorreram ao serviço de delivery e disponibilizaram canais para compra dos produtos de forma on-line e por aplicativos.

Em um loja de artigos esportivos, as vendas podem ser feitas através do WattsApp. O vendedor se encarrega de mostrar fotos das opções disponíveis e se compromete a levar o produto até o cliente. Várias são as frentes encontradas pelos lojistas e comerciantes locais para driblar a diminuição drástica do movimento e ao mesmo tempo se encaixar nas medidas preventivas ao Covid-19.

A reportagem percorreu vários locais e encontrou até uma padaria, onde o pão vai quentinho ao cliente. Basta pedir pelo telefone e a entrega em casa é rápida.

Segundo apurou a reportagem, a previsão é de que os setores mais atingidos pela crise gerada com a chegada do vírus e redução da circulação de pessoas serão os de eletroeletrônicos, concessionárias, autopeças, móveis e decoração. Segundo estimativas, farmácias, supermercados e lojas de vestuário deverão manter alta impulsionada especialmente pela injeção do 13º salário que será antecipado para aposentados e pensionistas. Essas áreas deverão registrar alta de 7,5%, 2,3% e 8%, respectivamente.

Júlio Cesar Santos