Sem incentivo governamental Coletivo Multicultural luta pela sobrevivência

O Coletivo Multicultural de Alegrete precisou mudar de sede devido aos custos de aluguel, porém, para adequar sua nova sede e entregar a antiga em condições, precisará arcar com algumas despesas, que infelizmente não possui no momento.

Vakinha em apoio ao Coletivo Multicultural é criada para manter vivo o movimento artístico em Alegrete

A trupe de abnegados do Coletivo está solicitando a todos que puderem contribuir ou divulgar a campanha para alcançarem o objetivo. Para isso foi criada uma Vakinha online.

Este período de pandemia, contribuiu para que as dificuldades financeiras ficassem mais latentes.  De acordo com um dos integrantes, Paulo Amaral, muitas pessoas e estabelecimentos pequenos contribuíam com a manutenção do Coletivo,  o que se tornou complicado diante das dificuldades enfrentadas por todos em razão  do impacto econômico, principalmente no pequeno comerciante.

 

Na última semana, uma entrevista com um dos responsáveis pelo projeto, Paulo Amaral,  esclareceu algumas dúvidas e também destacou a importância do Coletivo para sociedade.  Saiba um pouco mais, acompanhe a interlocução.

Vida cultural das décadas 70, 80 e 90 em Alegrete é tema de pesquisa do Coletivo Multicultural

1) Como surgiu o projeto Coletivo Multicultural de Alegrete?

 

O Coletivo Multicultural de Alegrete é um projeto gestado pela Associação Cultural Mensageiros (Instituição sócio-cultural de caráter filantrópico criada em 2004) que desenvolve ações culturais nas linguagens do cinema, teatro, artes visuais e literatura. As atividades contemplam oficinas, mostras, exibições de cinema, espetáculos teatrais e produções audiovisuais.

Em 2012, o projeto foi contemplado em edital do Ministério da Cultura do Governo Federal, tornando-se Ponto de Cultura.

Em 2015 abriu sua sede, que se localizava a Rua Barros Cassal, 2160 e a partir desse período desenvolveu inúmeros projetos, como sessões de cinema semanais, oficinas de teatro para crianças, adultos e terceira idade, produção de curtas metragens, oficinas de artes plásticas e cinema, projetos de literatura, como Sociedade Literária, O Som da Leitura, Gabinete das Histórias Sombrias, Primeira Página, Noites Poéticas dentre outros.

 

2) Quem são os voluntários?

 

O Coletivo Multicultural conta com a colaboração voluntária das seguintes pessoas: Paulo Amaral (Professor de História); Tatiane Quintana (Professora de Educação Física); Bolívar Marini (Professor de História); Célio Pedroso (Pedagogo); Alisson Machado (Videomaker); Amanda M. Mello (Professora de Informática); Leila Betim (Produtora Cultural); Tabata Fioravante (Funcionária Pública Federal); Maria Rosane Furtado (Pedagoga); Illgner Miller (Estudante de Engenharia Química); Cláudia Percillia (Professora), Flora Arnoud ( Estudante) e Pedro do Amaral (Professor de Literatura).

 

3) Dificuldades enfrentadas?

 

A maior dificuldade enfrentada pela instituição é manter as despesas de aluguel, água, luz e internet em dia, visto que o Coletivo não possui renda própria e funciona mediante o apoio de empresas e pessoas alinhadas com a cultura local.

A despesa mensal média do Coletivo gira em torno de R$ 1850, considerando aluguel, água, luz e internet. Atualmente a instituição consegue arrecadar em torno de R$ 1300 através de doações.

Diante da pandemia, as contribuições para manter o Coletivo diminuíram de forma significativa. Em virtude disso, o grupo decidiu mudar de sede, buscando um espaço com um valor mais acessível, para que continue desenvolvendo suas atividades. O novo espaço localiza-se na Rua Peru, 28. Bairro: Vera Cruz.

 

4) Uma de tantas ações foi a geloteca, levar a cultura de forma mais acessível e mostrar a grandiosidade da leitura para todos. Como surgiu a ideia?

 

A Geloteca foi criada em fevereiro de 2020, com o objetivo de democratizar o acesso a leitura. Até o presente momento estimasse que mais de 2000 livros foram disponibilizados, principalmente, para moradores dos bairros Sepé Tiaraju, Vera Cruz, Emílio Zuneda, Vila Grande, Prado, dentre outros. Antes da geloteca, o Coletivo também desenvolvia ações de abrangência literária com a Bicicloteca do Boockcrossing, que levava livros para eventos do município.

 

5) Atualmente qual o maior problema do coletivo?

 

Manter suas principais despesas é um desafio constante, mas assim como toda a instituição que milita pela democratização da arte, a falta de políticas públicas a nível municipal e federal, afeta as possibilidades de projetos que poderiam ser realizados em locais mais periféricos da cidade.

 

6) Algumas considerações:

A logomarca do Coletivo Multicultural é uma pandorga e isso tem um significado muito emblemático para a instituição. A pandorga, em um primeiro momento, possui dois significados, o primeiro é que ao ser empinada, várias pessoas podem observá-la lá no alto, estando a um ou mais quarteirões de distância. Isso tem relação estreita com a democratização da arte, ou seja, que essa possibilidade esteja cada vez mais acessível para as pessoas. E o outro significado, mais de resistência, mostra que a pandorga voa contra o vento e não a favor dele, assim, o fazer cultural do Coletivo não está atrelado a um condicionante midiático e sim educativo e social, pautado na pesquisa estética e na ação de valorização humana.

 

Faça uma doação.  Colabore para continuação deste projeto que leva arte, cultura e entretenimento à comunidade.

 

No link abaixo, vakinha online.

https://www.vakinha.com.br/vaquinha/apoie-o-coletivo-multicultural