A técnica em enfermagem, Roberta Bilhalva, 39 anos, ainda se emociona quando revê o vídeo que viralizou nas redes sociais: após 20 dias isolada por ter contraído o novo coronavírus, ela reapareceu, saudável e curada, de surpresa para Lívia de 7 anos, sua filha que não via há 30 dias.
O reencontro de mãe e filha comoveu a internet no último sábado. Foram trinta dias de saudade que terminaram num emocionante abraço. A técnica em enfermagem, Roberta Bilhalva, abraçou a família e, principalmente, a filha Lívia Bilhalva na noite do dia 4. A irmã da profissional na área de saúde, Taylisa, gravou o momento que viralizou durante o final de semana. Quem já esteve na Santa Casa e passou pelo posto onde Roberta atua, sabe que sua dedicação é algo que contagia. Mas, todo esse amor pelo trabalho também teve um custo, ficar longe da família e da filha de sete anos.
Positivada no teste do novo coronavírus, Roberta que já estava distante da filha, pois estar na linha de frente requer cuidados especiais, se viu obrigada a ficar semanas sem ver a pequena Lívia. Essa separação não foi fácil: muitas noites, declarações de amor entre mãe e filha por videochamadas, além das dezenas de cartinhas que Lívia entregava para mãe e mesmo com todo o protocolo de segurança, eram colocadas, por um adulto, embaixo da porta. A pequena sempre fazia a leitura dos bilhetes e homenagens para mãe que ficava na sacada.
Mesmo sem a confirmação do diagnóstico, Roberta já havia resolvido se isolar para não ter o risco de infectar a família. O resultado veio dois dias depois: o teste deu positivo para a Covid-19.
No sábado, ela combinou com irmã de que iria ficar na cozinha do galpão, depois iria sair quando a pequena menos esperasse. Até então, Lívia imaginava que era apenas um ensaio. Diariamente, apesar de todo o contato por telefone, das cartinhas e das declarações de amor, a pequena queria muito o afago caloroso da mãe. As lágrimas foram inevitáveis.
O vídeo mostra Lívia correndo para os braços da mãe. A menina beija, abraça, chora e depois recebe um bolo. Tudo foi registrado pela tia, na companhia da avó Elisa e do avô Maurício.Roberta vai completar 16 anos de profissão em agosto desde que se formou no curso técnico. Ela trabalhou como estagiária e depois ficou efetiva no HGUA. Foram oito anos. Depois retornou para Santa Casa de Alegrete onde está há três anos.
A enfermagem para ela é a arte de cuidar, se colocar no lugar do paciente.
“O paciente, não é só um paciente, ele é o amor de alguém e eu agradeço a Deus pela oportunidade desse novo abraço”- disse.
Nas redes sociais foram centenas, mais de 300 de mensagens e demonstrações de carinho. Além de 13 mil visualizações do vídeo e centenas de compartilhamentos.
A mensagem da técnica em enfermagem que é apaixonada pelo que faz, também trás a importância da responsabilidade de cada um no combate à Covid-19, para evitar o colapso da saúde. Eles estarão sempre prontos para salvar vidas e atender a todos com carinho e amor, assim como toda a dedicação da técnica Roberta.
“Esse vírus é violento e estar longe de quem amamos é muito difícil. A solidão e a saudade são os sintomas mais cruéis”.
Flaviane Antolini Favero
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