Vacinação para pessoas com comorbidades começa neste sábado em Alegrete

Com a chegada de novas doses de imunizantes contra a Covid-19, a vacinação para pessoas com comorbidades fase I começa neste sábado em Alegrete, das 8h às 11h30. Serão 1.570 doses destinadas ao público prioritário e 975 doses para pessoas com 60 anos ou mais. A aplicação das doses será feita no antigo PAM e nas UBS´s com sala de vacina. Não haverá drive-thrus. Também continuarão a ser vacinados idosos com 60 anos ou mais, que deverão apresentar documento de identidade com CPF. Não haverá vacinação para segunda dose da Coronavac.

A primeira dose será aplicada nos seguintes grupos prioritários:

– Pessoas com Síndrome de Down maiores de 18 anos. Sem necessidade de comprovação.
– Pessoas com doenças renais que fazem tratamento por diálise maiores de 18 anos
– Gestante e puérperas (passaram há menos de 45 dias pelo parto) e têm alguma comorbidade, maiores de 18 anos
– Pessoas com 55 a 59 anos com comorbidades
– Pessoas com deficiência permanente cadastradas no programa de Benefício de Prestação Continuada (BPC) de 55 a 59 anos

Na segunda fase, será aberta a vacinação para as demais pessoas com os 22 tipos de comorbidades — incluindo aquelas com deficiência permanente cadastradas no BPC, as gestantes e puérperas mesmo sem condições pré-existentes — divididas por idade, assim como ocorre atualmente no grupo dos idosos. Após completar a faixa das pessoas de 55 a 59 anos, começa a aplicação nas pessoas com 50 a 54 anos, depois 45 a 49 anos e assim por diante, até os 18 anos.

 

TIRE SUAS DÚVIDAS

Quem terá direito a tomar a vacina no grupo das comorbidades?
Pessoas que têm algum dos 22 tipos de problemas de saúde listados pelo Ministério da Saúde (veja lista ao final desta reportagem), gestantes e puérperas (mulheres que deram à luz até 45 dias antes).

Quando essas pessoas começarão a ser vacinadas?
Isso deve ocorrer nos próximos dias, à medida que os municípios forem encerrando a imunização dos idosos. O Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems/RS) acredita que o grupo das comorbidades deverá ser imunizado em larga escala a partir do começo de maio.

Como será feita a comprovação das comorbidades?
O Cosems/RS orienta que o documento preferencial a ser apresentado é um laudo médico descrevendo o problema de saúde. Alguns casos também permitem a apresentação de receita de medicamento de uso continuado, como é o caso de pessoas com hipertensão, diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica ou asma. A recomendação é de que o documento seja “recente”, preferencialmente dos últimos 30 dias.

Quem tem cadastro no SUS precisa levar alguma documentação? Como saber se tem cadastro?
O cadastro facilita, mas a recomendação do Cosems é de que mesmo quem está registrado no SUS, por ser acompanhado pelo sistema público de saúde, leve um documento como laudo médico ou receita de medicamento de uso continuado. É possível que a unidade de vacinação não esteja com acesso ao sistema para comprovar o cadastro, por exemplo. De qualquer forma, para saber se está cadastrado, pode-se procurar a unidade de saúde de referência.

Como gestantes e puérperas poderão comprovar sua condição?
As grávidas costumam contar com uma carteira onde são registradas suas informações de saúde ao longo da gestação. Quem já deu à luz pode utilizar um documento como a caderneta da criança, onde também são anotados dados de saúde, vacinação etc, ou certidão de nascimento.

QUAIS AS COMORBIDADES PREVISTAS
A lista a seguir traz definições resumidas para 22 categorias (sem contar gestantes e puérperas). A íntegra pode ser consultada no Plano Estadual de Vacinação. Algumas definições envolvem conceitos técnicos que podem ser esclarecidos diretamente com seu médico.

Diabetes: pessoas com diabetes mellitus

Pneumopatias crônicas graves: inclui doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose cística, fibroses pulmonares, pneumoconioses, displasia broncopulmonar e asma grave (uso recorrente de corticoides sistêmicos ou internação prévia por crise asmática).

Hipertensão Arterial Resistente (HAR): quando a pressão arterial permanece acima das metas recomendadas com o uso de três ou mais anti-hipertensivos de diferentes classes, em doses máximas preconizadas e toleradas, administradas com frequência, dosagem apropriada e comprovada adesão ou pressão arterial controlada com uso de quatro ou mais anti-hipertensivos.

Hipertensão arterial estágio 3: pressão arterial sistólica igual ou maior a 180 e/ou diastólica igual ou superior a 110, independentemente da presença de lesão em órgão-alvo (cérebro, coração, vasos sanguíneos, olhos, rins) ou comorbidade.

Hipertensão arterial estágios 1 e 2: com lesão em órgão-alvo (cérebro, coração, vasos sanguíneos, olhos, rins) e/ou comorbidade. Pressão sistólica entre 140 e 179 e/ou diastólica entre 90 e 109 na presença de lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade.
Insuficiência cardíaca: insuficiência com fração de ejeção (capacidade de bombeamento do coração) reduzida, intermediária ou preservada; em estágios B, C ou D, independentemente de classe funcional da New York Heart Association.

Cor-pulmonale e Hipertensão pulmonar: cor-pulmonale crônico (problema no ventrículo direito que resulta em distúrbio pulmonar), hipertensão pulmonar primária ou secundária.
Cardiopatia hipertensiva: hipertrofia ventricular esquerda ou dilatação, sobrecarga atrial e ventricular, disfunção diastólica e/ou sistólica, lesões em outros órgãos-alvo (cérebro, coração, vasos sanguíneos, olhos, rins).

Síndromes coronarianas: síndromes crônicas como Angina Pectoris (estreitamento das artérias que levam sangue ao coração) estável, cardiopatia isquêmica, pós-infarto agudo do miocárdio, entre outras.

Valvopatias: lesões de válvula cardíaca com repercussão na circulação do sangue, sintomática ou com comprometimento miocárdico.

Miocardiopatias e pericardiopatias: de quaisquer causas ou fenótipos; pericardite crônica; cardiopatia reumática.

Doenças da aorta, dos grandes vasos e fístulas arteriovenosas: aneurismas, dissecções, hematomas da aorta e demais grandes vasos.

Arritmias cardíacas: com relevância clínica e/ou cardiopatia associada.

Cardiopatia congênita no adulto: com repercussão na circulação do sangue, crises hipoxêmicas (pouco oxigenação), insuficiência cardíaca, arritmias, comprometimento miocárdico.

Próteses valvares e dispositivos cardíacos implantados: portadores de próteses de válvula biológicas ou mecânicas; dispositivos cardíacos implantados (marcapasso, cardiodesfibrilador, ressincronizador, assistência circulatória de média ou longa permanência).

Doença cerebrovascular: acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico; ataque isquêmico transitório; demência vascular.

Doença renal crônica: estágio 3 ou mais e/ou síndrome nefrótica (conjunto de sinais que caracterizam uma doença renal e evolução crônica).

Imunossuprimidos: transplantados de órgão sólido ou de medula óssea; pessoas vivendo com HIV; doenças reumáticas imunomediadas sistêmicas em atividade e em uso de dose de prednisona ou equivalente superior a 10 mg ao dia ou recebendo pulsoterapia com corticoide e/ou ciclofosfamida; demais indivíduos em uso de imunossupressores ou com imunodeficiências primárias; pacientes oncológicos que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos seis meses; neoplasias hematológicas.

Anemia falciforme: todas as pessoas com a doença.
Obesidade mórbida: índice de massa corpórea (IMC) igual ou superior a 40.

Síndrome de down: trissomia do cromossomo 21.

Cirrose hepática: Child-Pugh (tipo de escore de classificação) A, B ou C.