Há mais de 15 dias, três famílias descendentes de índios, estão acampadas no pátio da estação Ferroviária de Alegrete.
Aproximadamente 20 pessoas entre adultos e crianças dormem e se alimentam debaixo da Gare da antiga estação, sem nenhum conforto e condições adequadas de higiene.
O local abandonado serviu de abrigo para os visitantes que buscam na cidade vender mercadorias criadas por eles mesmos.
A venda de variados tipos de cestos, balaios e peças artesanais é uma fonte de renda para as famílias que sobrevivem desta forma. Um dos integrantes que pede para ficar no anonimato, diz que nos bairros a venda é maior que no centro da cidade.
– Vendemos os produtos para poder dar alimentação aos filhos – comenta o homem aparentando uns 29 anos.
Com lonas, improvisaram um local para dormirem na estação. Há colchões espalhados e ali confeccionam, diariamente, cestos de palha. As mulheres se revezam na venda pelas ruas e no calçadão da cidade.
Naturais de São Valentim do Sul, hesitam em falar muito. Percorrem várias cidades do Rio Grande do Sul e pertencem às reservas indígenas dos caingangues das cidades de Tapejara, Cacique Doble, Tenente Portela, Santo Augusto, Nonoai, São Valentim e Miraguaí.
Indagados até quando vão permanecer em Alegrete são unânimes, antes do Natal já vão pegar o rumo de casa.