Violência contra a mulher: um chamado à ação em meio a estatísticas alarmantes

Nesta terça-feira, 10 de outubro, celebra-se o Dia Nacional de Luta Contra a Violência à Mulher. A escolha dessa data remonta a um protesto ocorrido em 10 de outubro de 1980, quando mulheres se uniram para protestar contra o aumento dos crimes de gênero.

Violência

A data foi oficialmente instituída em 1980, após um movimento nacional realizado em São Paulo. É importante observar que o Dia Internacional pela Não Violência Contra as Mulheres é lembrado em 25 de novembro. O objetivo dessas datas é promover a reflexão sobre o tema, encorajando as vítimas a buscar apoio e orientação profissional. Muitas dessas mulheres nem sequer percebem que estão sendo vítimas de violência, dado que a violência psicológica é bastante comum nesse cenário.

Acusado de matar homem com cinco facadas, em Alegrete, se apresenta à Polícia

O boletim “Elas Vivem: Dados que Não se Calam”, da Rede de Observatórios da Segurança, registrou 2.423 casos de violência contra a mulher em 2022, dos quais 495 foram feminicídios. Isso significa que, no Brasil, uma mulher é vítima de violência a cada quatro horas. A pesquisa também revelou que um terço das mulheres brasileiras já foi vítima de violência física ou sexual pelo menos uma vez na vida. Quando incluímos as violências psicológicas, esse número sobe para 43%. O estudo, baseado em informações publicadas pela imprensa, também indicou que 45% das mulheres agredidas não procuraram ajuda de nenhum tipo. Dessas, 38% acreditavam que poderiam resolver o problema sozinhas, enquanto 21,3% afirmaram que não denunciaram por falta de confiança na polícia.

O CFC e a Guarda Municipal estão orientando os condutores sobre o fluxo nas rotatórias

Em Alegrete, a secretária de desenvolvimento social Iara Caferatti, destaca a política pública de prioridade ao atendimento à mulher. Ela reforça a criação da Lei do Conselho da Mulher, que já está em pleno funcionamento. No município, foi montado um Centro de Referência ao Atendimento da Mulher vítima de maus tratos. O CRAM será um novo serviço que em parceria com a Procuradoria da Mulher na Câmara reforçará o combate a violência, prestando um auxílio às vítimas.

Para Daniela Haerter do Centro de Referência Especializada e Assistência Social, o órgão tem trabalhado eficazmente no município, com um acompanhamento familiar. Atuando nos casos de violência contra a mulher e violação dos direitos, a ação tem cuidado desde o agressor, a vítima e os filhos que estejam expostos a violência praticada.

Na ONG Amoras, o trabalho de acolhimento às mulheres vítimas de violência é realizado sistematicamente todas as semanas. Um grupo de acolhimento recebe apoio e participa de cursos profissionalizantes. A vice-presidente da organização Letícia Rosso, reforça o trabalho voltado ao atendimento da mulher com ênfase em reestruturar a auto-estima da mulher através de um acompanhamento integral e a oferta de cursos profissionalizantes que possam inserir a mulher no mercado de trabalho.

Para a delegada regional da Polícia Civil Daniela Barbosa, o combate é constante contra esse tipo de crime. Embora o município não comporte uma delegacia especializada da mulher, é feito todo um trabalho nessa área. A delegada Fernanda Mendonça titular da DP e DPPA, existe um Cartório de Vulneráveis com um posto da mulher, local onde há o acolhimento de mulheres vítimas de violência.

A violência contra a dignidade humana, integridade física, a vida das mulheres deve ser combatida todos os dias, não somente nesse dia e não somente as mulheres, mas toda a sociedade precisa abraçar essa causa.

O Brasil é o 7º país que mais mata mulheres entre os 84 que compõe o ranking da Organização Mundial da Saúde. São 4 assassinatos para cada grupo de 100 mil. Índices muito superiores à média internacional e inclusive da América Latina.

 Uma estimativa do Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), tabulados pelo Instituto Santos Dumont (ISD), mostra que no Brasil o número de delitos contra as mulheres quase triplicou. Ou seja, passou de 271.392 registros para 823.127, um aumento de 203.30%. Apesar da Lei Maria da Penha ter sido promulgada há mais de 6 anos, a violência contra as mulheres ao invés de diminuir, vem aumentando.

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