O Natal é a data mais esperada pelo comércio. Neste ano, no entanto, o ritmo está mais devagar. A nove dias de um das datas que normalmente é sinônimo de mais vendas, os lojistas estão preocupados com o baixo movimento de vendas no comércio alegretense , mas torcem para que a tendência se reverta com as compras de última hora.
O movimento no centro comercial de Alegrete ainda é fraco. Mesmo com o pagamento da primeira parcela do 13º salário, aparentemente, os alegretenses irão fazer as compras de Natal mais próximo da data.
Para o presidente do Sindilojas, Roberto Segabinazzi a preocupação não é só pela data, mas em relação ao futuro. Ele acredita que o momento é de um consumidor cauteloso em relação aos gastos em presentes natalinos: “a economia instável deixou em alerta todos que já estão pensando nas contas de janeiro”, acredita o diretor.
Segabinazzi explica que o comércio está com o movimento inferior ao do ano passado e que só a partir desta semana vai ser possível avaliar melhor a situação. O Sindilojas vai promover o Natal Solidário, com shows e campanha promocional nas lojas filiadas, com sorteio de brindes.
Para o lojista, a preocupação aumenta em relação ao futuro. As perspectivas não são boas: “o aumento do salário regional aumentaram os custos das empresas e isso vai gerar um reflexo na economia local”, alerta o presidente do Sindicato lojista.
“Esperamos que neste ano o aumento das vendas ocorram nos dias anteriores ao Natal, a economia ainda está muito retraída”, argumenta um lojista do ramo de eletro eletrônicos, Evaldo Silva.
A expectativa geral dos lojistas é que o fluxo de pessoas aumente de forma considerável dessa semana em diante. Isso deve acontecer em função da injeção de dinheiro no mercado que, normalmente, acontece com o pagamento do 13º salário do funcionalismo público e a segunda parcela do 13º entre outros benefícios.
Para Deonir Martini, proprietário de uma loja especializada em brinquedos, o momento é de preocupação: “a situação política brasileira está refletindo no comércio”, acredita o lojista, que também atua no ramo de livraria. Diante do pessimismo, Martini só espera que ao menos alcance os números de vendas do ano passado.
“Não acredito, não quero fazer projeção alguma, mas o momento é preocupante sim”, pontua o empresário. O gerente Cecílio Ceccon está confiante em dias melhores, ressalta que o movimento ainda é baixo em relação a dezembro de 2013. “Espero que melhore de hoje em diante, estamos com horário diferenciado e várias promoções à vista e no cartão-crediário”, explica Cecílio.
De acordo com o Sindilojas a tendência é de que o setor de vestuário e calçados tenham um melhor desempenho nas vendas do que os demais setores.
A falta de confiança de varejistas e consumidores em relação à economia pode fazer deste Natal o pior nos últimos 10 anos. De acordo com a expectativa da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o crescimento da atividade para a data deve ser de apenas 3% em relação ao ano passado, o pior aumento de vendas de um ano para o outro desde 2004.