Em entrevista ao PAT, ela disse que foi em um momento de desespero, de angústia e desolação. “Escrevi o poema um dia antes dessa última terrível queimada que destruiu Vasco Alves, catimbau, Pai Passo e Rincão do 28. É doloroso é de chorar, foi um desabafo , mas tudo é efeito do homem. Chorei muito”- comenta.
A também produtora rural e professora, continuou dizendo que costuma comparar a terra com o corpo humano, precisa de cuidado pra envelhecer com dignidade. Os fenômenos da natureza também se encarregam de envelhecer, tanto a terra quanto o humano.
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” A terra precisa de cuidados contínuos e o homem precisa de alimento. E para produzir o alimento é necessário a interferência humana. Desta forma tem a terra arada sem curva de nível, muitos insumos para combater as pragas que dizimam a lavoura, enfim, é uma cadeia de produção e essa cadeia para alimentação muitas vezes passa pela degradação, extermínio da mata ciliar que é muito importante pra conservar o solo e, assim, as chuvas já não são mais frequente porque não existe mais a mata que ajuda na precipitação pluviométrica.
A falta de chuva é uma consequência dos desmatamento. Sem dúvida. Daí viço e morre. Os rios e as barragens sofrem estiagem e o efeito devastador está aí. Queimadas, perdas imensas, gado morrendo por sede ou queimados. E o agricultor e o pecuarista sofrendo terrivelmente. E a cada ano vai ficar pior. A menos que exista uma conscientização por parte das secretarias de meio ambiente e Emater, pois a terra também morre como os humanos” – complementa.
A seguir o poema que ela postou em sua rede social:
SOS Natureza Alegrete Oh!
Natureza sábia e indefesa
Que te revoltas contra os filhos teus,
Escondeste de nós tua beleza ,
Cobrindo de branco os caminhos meus.
Que fizeste dos verdes pastos
Que cobriam nossa paisagem?
Hoje restam os nossos rastos
Na grama morta pela estiagem .
Tua beleza se escondeu na fumaça,
Que o fogo queima , lambendo o chão ,
Sinto-me herdeira dessa desgraça ,
Que traz angústia e desolação.
No horizonte, vejo miragens!
Pois teu verde trocou de cor,
Tuas águas sumiram das barragens,
E o sol, a cada dia, tem mais calor!
Sinto na pele o sol que arde,
Dizimando o gado e a plantação
Em minh’alma a dor que invade ,
Sem poder fazer nada por este chão .
Oh, DEUS! Criador da vida
Estende tua mão à humanidade!
Devolva_nos a vegetação colorida
E aos PRODUTORES RURAIS a dignidade !
Joaquina Loris Adolpho _ Bióloga e Tec.Agrícola.