Chuvas acima da média em outubro, aponta boletim de agrometeorologia

Boletim trimestral do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Rio Grande do Sul indica que o mês de outubro poderá apresentar chuvas acima da média, especialmente na metade norte do estado. A temperatura também poderá ficar abaixo da média, com chances de geada tardia e maior risco de granizo.

De acordo com o boletim, no entanto, o último trimestre do ano, caracterizado por um La Niña de fraca intensidade, deverá registrar precipitações ligeiramente inferiores ao esperado para o período. Para os meses de novembro e dezembro, o documento aponta a possibilidade de temperaturas máximas elevadas e possíveis ondas de calor.

No município de Alegrete, a média mensal de chuva para setembro é de 159 mm. Até esta quinta-feira (26), às 8h32min, já havia sido registrado 72 mm de precipitação, o que representa 45% da média normal para o mês.

Conforme estudos e registros de sites de meteorologia, o mês mais chuvoso em Alegrete é outubro, com uma média de 161 mm de precipitação.

“Desde o final de setembro até a metade de outubro, ainda devemos ter episódios de chuvas mais volumosas e intensas, com tendência de redução em novembro e dezembro”, afirma a meteorologista Loana Cardoso, do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação.

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As previsões apresentadas no boletim, divulgado nesta quarta-feira (25), são baseadas no modelo estatístico do Instituto Nacional de Meteorologia. O documento, elaborado trimestralmente por especialistas em agrometeorologia de 16 entidades estaduais e federais, sob a coordenação da Secretaria da Agricultura, oferece orientações técnicas para as culturas do período.

“Nas culturas de inverno, como trigo e cevada, durante o mês de outubro, com chuvas na média ou acima da média, é necessário maior atenção às doenças de final de ciclo, principalmente as doenças fúngicas”, alerta Loana.

Para a orizicultura, o boletim recomenda que os produtores sejam cautelosos com a captação e armazenamento de água para a próxima safra, considerando a probabilidade de chuvas abaixo da média em novembro e dezembro.

“Dentro do possível, é importante dar continuidade à adequação das áreas destinadas à lavoura na próxima safra, especialmente às atividades de preparo e sistematização do solo, para permitir a semeadura na época recomendada pelo zoneamento agrícola, aproveitando as melhores condições de radiação solar”, destaca o texto.

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Outro aspecto salientado no documento, com foco nas culturas de verão, está relacionado ao escalonamento da época de semeadura, de acordo com o ciclo da cultivar, priorizando primeiro as de ciclo longo, seguidas pelas de ciclo médio e precoce. A meteorologista também ressalta a importância do mês de outubro para a fruticultura.

“Estamos no período de brotação e início da frutificação das frutíferas temperadas”, explica Loana, mencionando videiras, pessegueiros e macieiras.

Novamente, o alerta recai sobre o manejo fitossanitário devido à possível ocorrência de doenças fúngicas, “favorecidas pelo molhamento foliar e pela umidade do ar mais elevada”. O boletim reforça a necessidade de “preservar a cobertura verde nos pomares, seja por meio de espécies cultivadas ou espontâneas, especialmente para a proteção do solo, evitando erosão e perda de nutrientes”.

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No período mais seco da primavera, a recomendação é monitorar e controlar ácaros, evitando o uso de inseticidas pouco seletivos que afetam os inimigos naturais desses insetos. Também é importante o monitoramento de moscas-das-frutas, adotando o uso de iscas tóxicas.

“Para o estado como um todo, com um histórico de variabilidade e influência dos fenômenos ENOS, onde mesmo nas primaveras e verões normais temos volumes de chuva nem sempre satisfatórios para as necessidades das culturas de verão, como milho e soja, é essencial investir em sistemas de irrigação e no armazenamento de água”, conclui Loana.

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