É nos semáforos da cidade que os malabaristas tiram seu sustento

É comum em semáforos de Alegrete homens e, às vezes, mulheres com trabalhos circenses. O malabarismo é a prática que eles encontraram para conseguir valores que garantem a renda do dia. Porém, os valores arrecadados são uma surpresa, pois podem ou não corresponder o que precisam.

O alegretense Davi Siqueira, de 24 anos, é um dos personagens das sinaleiras. Atualmente, o ponto em que ele escolheu é na rua Venâncio Aires cruzamento com a Rua Tiradentes.

 

Relato de um socorrista do Samu é dramático e de um realismo que impressiona

O malabares é a maneira que ele encontrou de fazer o que ama e ainda tirar o sustento da família. Separado, o alegretense mantém uma boa relação com a ex-companheira Sara Fidelis e as crianças que ficam um mês com cada um dos pais. A guarda compartilhada, permite que ambos possam desenvolver o trabalho de forma mais intensa quando não estão com os pequenos para garantir o sustento, já que são autônomos.

A frágil Lorena, que chegou pesar 700 gramas, deu lugar a uma brava lutadora pela vida

 

Morador do bairro Vila Nova, Davi disse que, aqui, tem o apoio da mãe. Porém, é ele quem dá todo o material de higiene, alimentos e roupas para os pequenos.  Elora tem 2 anos e 7 meses e Sebastião está com 1 ano e três meses.

O malabarista que retornou para sua cidade de origem há dois meses, disse que os alegretenses estão mais espontâneos e caridosos. Dessa vez, não sei se é a pandemia, mas parece que tem muitas pessoas que desenvolveram a empatia. Como se a doação fosse auxiliar para um momento melhor neste período difícil para todos” – disse.

O jovem que há anos dedica sua vida à arte disse que tudo o que arrecada é para a família.

“Sou um pai presente, quando meus filhos ficam comigo, ajudo no banho, alimentação,  tenho tempo para brincar , coloco pra dormir entre outras tarefas necessárias.  No sinal é a forma que eu tenho que mostrar minhas habilidades e também de conseguir conciliar essa rotina. Agradeço de coração a cada alegretense que ajuda. Tudo exige tempo para treinar, se dedicar e correr atrás dos sonhos.  Nossa profissão nem sempre é vista com bons olhos. Mas essa é a nossa forma de demonstrar a arte circense em um período pequeno”- completou.

Flaviane Antolini Favero