
No coração de Curitiba, pulsa uma história que ultrapassa os limites do tempo. A trajetória de Daniele e Gabriel Eggers não começou com um aplicativo, nem com um encontro casual. Começou na infância — com tardes de brincadeiras inocentes, em uma rua onde as famílias se conheciam, se respeitavam e, mais do que tudo, viviam juntas.
Clique aqui para receber as notícias do PAT pelo Canal do WhatsApp
Daniele lembra com carinho dos finais de semana da infância: “Eu e meus irmãos íamos brincar na rua, encontrávamos Gabriel e os irmãos dele. Nossas famílias brincavam juntas: bola, pega-pega, esconde-esconde…”. Foi nesse cenário simples e mágico que nasceu uma amizade. E foi dessa amizade que brotou um amor juvenil.

Já adolescentes, Daniele e Gabriel descobriram que os sentimentos haviam evoluído. Começaram a namorar. “Era um namoro inocente, de mãos dadas, carinhos… Gabriel já era um cavalheiro. Na escola, carregava minha mochila no recreio, dividíamos o lanche.” A cumplicidade e o cuidado entre os dois já se desenhavam desde então.
Clique aqui para receber as notícias do PAT pelo Canal do WhatsApp
Mas a vida, com seus caminhos imprevisíveis, os separou. Uma transferência de cidade, a ausência de tecnologias como redes sociais ou celulares com internet, e o silêncio do tempo os afastaram. “Não houve rompimento. Apenas nos afastamos devido à distância e falta de comunicação.”
Dois anos após a mudança, aos 15 anos, Daniele ganhou seu primeiro celular, mas já havia conhecido outra pessoa. Quando Gabriel ligou — tendo descoberto o número por meio de uma prima — ela explicou que havia seguido em frente. Ele respeitou. E também seguiu sua vida. Ambos se casaram. A história parecia ter sido encerrada.

O reencontro que mudou tudo
Dezoito anos depois, o passado bateu à porta — em forma de um reencontro organizado por uma prima. O “encontro dos amigos da rua” reuniu todos aqueles que haviam compartilhado as brincadeiras da infância: os irmãos, os vizinhos, as lembranças. E ali estavam Daniele e Gabriel, agora adultos, ambos separados.
Clique aqui para receber as notícias do PAT pelo Canal do WhatsApp
“Cada um levou sua família, menos eu e ele. Nós dois estávamos sozinhos”, relembra. E como num roteiro escrito por algo maior, os olhares se cruzaram e algo antigo, mas vivo, reacendeu. “Nos olhamos e percebemos que ainda existia algo dentro de nós.”
Mas não foi fácil. Marcada por feridas emocionais, Daniele não acreditava mais no amor, no casamento, na vida a dois. Foi então que fez uma oração: entregou seu coração a Deus e pediu, se fosse da vontade d’Ele, para ser encontrada por alguém que o amasse tanto quanto ela. “Senhor, se for para um dia eu ter um relacionamento, quero me relacionar com uma pessoa que ame tanto a Deus quanto eu. Para que eu encontre essa pessoa, ou essa pessoa me encontre, esse encontro tem que acontecer no teu coração, Senhor”, recorda.
Clique aqui para receber as notícias do PAT pelo Canal do WhatsApp
Dezenove anos após o afastamento, uma nova mensagem surgiu — agora no WhatsApp. Era Gabriel, convidando-a para um jantar. Daniele foi, sem expectativas, apenas com a amizade no coração. Mas naquele barzinho de Curitiba, ao som de uma banda tocando Aleluia, os dois reviveram suas memórias e se abriram de novo um ao outro.
O beijo veio. E com ele, a confirmação: o amor não havia morrido, apenas dormia à espera do tempo certo. Em um ano estavam casados.
O presente com nome e coração: Emily
Mas o capítulo mais marcante dessa história ainda estava por vir: o nascimento de Emily em suas vidas. Emily não é filha biológica de Daniele e Gabriel. Foi adotada. “Emily não nasceu de mim, não é nossa filha de sangue, é a filha que não nasceu de nós, mas nasceu para nós. Deus nos deu ela”, afirma Daniele. A adoção aconteceu quando Emily tinha 13 anos — a mesma idade em que o amor entre os dois havia nascido, lá na adolescência. Uma coincidência simbólica e tocante. Emily se tornou o maior fruto desse amor.
Hoje, a família é completa: Daniele, Gabriel, Emily e os pets Mel e Frederico. Um lar costurado por reencontros, fé, cicatrizes transformadas em aprendizado e um amor que soube esperar, perdoar e recomeçar.
“Essa história é para você que não acredita no amor, que acha que ele não cura. O amor cura sim — feridas, dores, traumas. Faça uma oração. Entregue seu coração a Deus. E não desista jamais. A cura está no amor.” – destaca Dani.
No Dia dos Namorados, a história de Daniele e Gabriel é um lembrete de que o amor verdadeiro pode resistir ao tempo, sobreviver ao silêncio e florescer quando menos se espera. Porque o amor, quando é real, sabe voltar para casa.