Estudar não tem idade, sempre há tempo para correr atrás dos sonhos

Ainda há preconceito com pessoas que voltam a estudar tardiamente.

No último final de semana, veio à tona nas redes sociais um vídeo em que uma mulher de 40 anos foi humilhada por colegas de curso mais jovens.

O fato ocorreu em Bauru, São Paulo, no curso de Biomedicina. A filmagem tem mais de sete milhões de visualizações e muitos comentários criticando a atitude das universitárias. 

O ageismo (preconceito ou discriminação por conta da idade) está presente na sociedade. Se observarmos o mercado de trabalho, os jovens têm mais chances de conseguir um emprego do que alguém que tenha mais de 40 anos. É claro que questões como formação, experiência profissional, além do perfil procurado pela empresa, contam bastante na hora de conseguir uma vaga.

Um filho prematuro já é delicado, imagine dois “apressadinhos” chegarem sem avisar

Grande parte das pessoas que param de estudar têm algum motivo, como a necessidade de trabalhar para sustentar a família ou mesmo a incompatibilidade com o ambiente escolar. Pensando nisso, o PAT conversou com estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Municipal de Ensino Básico Lions Clube sobre os desafios de voltar a estudar. 

A diretora do educandário, Fabiana Pedroso, acentua que a EJA do Lions é uma oportunidade de concluir os estudos. Muito mais que isso, há uma parceria entre alunos x professores x funcionários, existe uma cumplicidade em que o objetivo é a conclusão dos estudos e a realização do sonho de terminar o Ensino Fundamental. 

Alegretense cumpre promessa e distribui 100 rosas vermelhas em hospital de POA

Janete Terezinha Carneiro dos Santos (52 anos), do sexto ano, diz que vai para a escola para ter maiores chances no mercado de trabalho e em concursos.  Para ela, o melhor da escola é a possibilidade de aprender coisas novas. 

Neusa dos Santos (51 anos), formanda do nono ano, trabalha com refrigeração, conserto de máquinas e geladeiras. Também tem os ofícios de pedreira, confeiteira e diarista. Declara que parou de estudar por 35 anos e acha muito importante seu retorno à escola, ela destaca que o bom convívio com os colegas é importante para a aprendizagem nas aulas. 

Invasão de domicílio, agressão e fuga na Vila Nova

Para Márcia Martins (34 anos), do nono ano, um dos seus principais objetivos é fazer o curso de Enfermagem para dar melhores condições financeiras para sua família. Atualmente, Márcia trabalha como funcionária do lar e desabafa que é um emprego que não é valorizado financeiramente. Alegre e comprometida, é parte fundamental da turma, pois ajuda os colegas dentro e fora da sala de aula. Inclusive, conta que vai até a casa dos colegas que estão desmotivados para que voltem às aulas. Seu desejo, na verdade, é ver todos concluírem os estudos junto com ela.

O professor de Matemática Giovani Rampeloto (42 anos) relatou que sua função como professor é mais do que ensinar, é exercitar a cidadania, uma vez que auxilia e motiva os estudantes da EJA a trilhar um caminho de aprendizado e sucesso. 

Fim de uma era; última edição impressa do Nosso Guia será em 2023

Por fim, citando o filósofo e educador Paulo Freire, “Ninguém nasce feito, é experimentando-nos no mundo que nós nos fazemos.” (1992) Dessa forma, as estudantes da Escola Lions nos ensinam que os sonhos devem ser perseguidos, não existe idade ou tempo para realizá-los. 

Se inscrever
Notificar de
guest

0 Comentários
Comentários em linha
Exibir todos os comentários