Estudo identifica 12 linhagens do coronavírus no Rio Grande do Sul

Estado é o terceiro do país com maior variação entre cepas do vírus que causa a Covid-19. Linhagem detectada em Manaus não foi encontrada em amostras de laboratórios gaúchos.

Um relatório do Centro Estadual de Vigilância em Saúde mostra que, ao menos, 12 linhagens do coronavírus já foram identificadas no Rio Grande do Sul. O estudo, divulgado nesta quarta-feira (3), reúne amostras coletadas em laboratórios do estado desde o início da pandemia de Covid-19.

Os dados foram comparados com registros da Rede Genômica da Fiocruz, no Rio de Janeiro, que analisa informações fornecidas por pesquisadores de todo o país.

O Rio Grande do Sul aparece atrás de São Paulo, que identificou 26 linhagens, e do Rio de Janeiro, com 16. Apesar dos números expressivos, o órgão estadual afirma que as mutações são extremamente frequentes e que as variações nem sempre representam uma alteração no comportamento do vírus.

O estado enviou 220 amostras coletadas, a maioria no Laboratório Central (Lacen) e no laboratório da Universidade Feevale. Os exames são de pacientes de 53 municípios gaúchos.

A linhagem mais frequente no Rio Grande do Sul é a B.1.1.33, a mesma que lidera a classificação nacional. A variante do Rio de Janeiro é a segunda mais detectada entre os pacientes gaúchos, com aumento nos registros a partir de novembro de 2020.

A cepa detectada em Manaus, observada durante a explosão de casos no Amazonas em janeiro, não foi encontrada em amostras coletadas por laboratórios do RS.

Especialistas ainda verificam se as variantes são transmitidas com maior ou menor facilidade e se são mais graves.

Para o virologista Fernando Spilki, professor da Feevale e coordenador do grupo do Ministério da Ciência e Tecnologia que monitora o genoma do vírus, o principal risco das novas linhagens é o aumento do número de infectados.

“Sendo mais transmissíveis, mesmo não causando casos mais severos, elas vão resultar em mais casos. Provocando mais casos, elas vão acabar trazendo mais pressão para o sistema de saúde”, afirma.

Fonte: G1