Ex-presidiário diz ter quitado sua dívida com a sociedade, mas agora sente-se injustiçado

Um ex-presidiário procurou o Alegrete Tudo. O homem de 50 anos, disse que precisava expor algo que acredita ser uma grande injustiça, dentro do contexto que muitos avaliam que é necessário que ela(Justiça) seja imprescindível.

Ele começou o desabafo destacando que foi condenado a 18 anos de prisão pelos crimes de assalto e duas tentativas de homicídio, cumpriu 14 anos entre penitenciárias do Estado e Alegrete.

Os últimos quatro anos, retornou para o PEAL e ficou no regime aberto, sendo o primeiro a usar tornozeleira eletrônica, acrescenta. Contudo, ao terminar de cumprir sua pena e assinar o documento de término de pena, destaca que se viu abandonado pela Justiça, ao sofrer algumas dificuldades em decorrência da ressocialização e, mais ainda, por se sentir usado pela ex-companheira.

Coisas de Alegrete?! Veado é visto passeando à noite nas proximidades do Centro Cultural

O homem disse que passou quatro anos com uma pessoa e, devido a problemas com uso de álcool e agressões verbais dele e físicas dela, ele foi expulso de casa devido a uma Medida Protetiva.

“Sei que sou um ex-apenado, mas durante todos esses anos não tive reincidência, nem mesmo quando estava no regime aberto. Trabalho todos os dias, de forma autônoma, cortando grama, para ter o meu alimento e, desta forma, levava sempre algo para casa. Contudo, minha ex, de 56 anos, vai na delegacia, fala sobre agressões e eu sou expulso. A Lei funcionou para mim quando fui condenado pelo que fiz, mas agora que me sinto injustiçado, não tenho amparo na Lei. Se eu não fosse uma pessoa que tivesse tentando fazer o certo, eu iria concordar com algumas situações, mas nestes últimos quatro anos, apenas trabalhei para dar o melhor para minha ex. Agora, a Lei só vê o lado dela. Isso é muito difícil de aceitar, pois sai de casa sem nada, somente com as roupas. Se eu não trabalhasse todos os dias, não teria para comida, nem para pagar o lugar onde estou dormindo. Me sinto, injustiçado”- comenta.

Precavido, assaltante rouba trabalhador sem ser visto

O que se vê é que a sociedade ainda não está preparada para aceitar ex- apenados, e por ter isso na ficha, fica muito difícil de ter o respeito de muitos. Por mais que as pessoas busquem sair do crime, muitas vezes as circunstâncias não ajudam, é preciso ter muita força de vontade para não voltar ao crime. A Lei não funciona como deveria, posso dizer isso pois estive na condição de acusado e não tenho direito de ser vítima, neste caso que com minha ex. Não existe uma Lei para proteger o homem em situações como essa- ressaltou.

O desabafo do ex-presidiário, segundo disse, é para que pessoas não sejam cruelmente rotuladas e possam ter oportunidade para recomeçar.

Se inscrever
Notificar de
guest

0 Comentários
Comentários em linha
Exibir todos os comentários