
O projeto que percorre municípios previamente cadastrados. Em Alegrete, o saguão da Unipampa recebe a exposição.
Composta por fotografias de mulheres vítimas de feminicídio, a mostra quer dar visibilidade às histórias interrompidas pela violência de gênero. Mais do que retratos, cada imagem representa a ausência irreparável de uma filha, mãe, avó, cuja memória não pode – e não deve – ser apagada. A exposição
convida o público à reflexão sobre a urgência de ações concretas para enfrentar e prevenir a violência contra as mulheres.
Clique aqui para receber as notícias do PAT pelo Canal do WhatsApp
A exposição traz a história de 11 mulheres vítimas de feminicídio, uma delas ocorrida em Alegrete. Dienifer Aranguiz, então com 18 anos e grávida de 7 meses, foi encontrada enforcada em casa, no dia 10 de maio de 2021. A vítima foi morta pelo companheiro, Paulo Cézar Franco da Silva.
A iniciativa é uma das ações da Força-Tarefa de Combate aos Feminicídios, grupo de trabalho vinculado à Comissão de Segurança e Serviços Públicos da Assembleia Legislativa, em parceria com o Senado Federal e a Câmara dos Deputados. A força-tarefa atua com o objetivo de reconstruir a rede de proteção às mulheres e meninas no Rio Grande do Sul, desarticulada nos últimos anos por decisões governamentais que enfraqueceram políticas públicas essenciais.
Clique aqui para receber as notícias do PAT pelo Canal do WhatsApp
A exposição é aberta ao público e integra uma agenda de mobilização permanente pela vida das mulheres, reafirmando o compromisso da Assembleia Legislativa e da sociedade com a memória das vítimas e com a luta por justiça e igualdade.

O Rio Grande do Sul ocupa a quinta posição entre os Estados que registram o maior número de feminicídios. No ano de 2024, foram oficialmente 72 casos. Já em Alegrete, neste ano, até abril, foram 67 vítimas ameaçadas, uma sofreu tentativa de feminicídio, 45 acabaram com algum tipo de lesão pelo corpo e sete mulheres foram estupradas. No ano passado, houve uma tentativa de feminicídio na cidade e 126 mulheres sofreram algum tipo de lesão no corpo. Os casos de ameaças foram 183, com 6 mulheres estupradas em 2024.
A deputada estadual Stela Farias, autora do projeto, diz que prevenir o feminicídio não é utopia. “É possível através de uma política possível, comprovadamente eficaz, que já foi aplicada aqui mesmo, no Rio Grande do Sul entre 2011 e 2015 quando funcionou a Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres”, conclui Stela.
Clique aqui para receber as notícias do PAT pelo Canal do WhatsApp
Nos dias 29 e 30 de maio, em Alegrete, acontece a exposição “Arrancadas de Nós”, uma ação da Força-Tarefa de Combate aos Feminicídios da Assembleia Legislativa do RS, que transforma dor em denúncia e memória em mobilização. A mostra é gratuita e ocorre no saguão da UNIPAMPA – Av. Tiaraju, 810, Bairro Ibirapuitã. A abertura oficial será no dia 29, às 17h, com a presença da deputada estadual Stela Farias, presidente da Força-Tarefa de Combate aos Feminicídios da Assembleia Legislativa do RS.
“Esta exposição é mais do que um convite à reflexão. É um chamado à ação. É sobre não deixar que essas mulheres sejam apenas estatísticas. Porque por trás de cada número, há um rosto. Um sonho. Uma família em luto”, adianta a deputada.
A mostra tem como objetivo conscientizar a sociedade, romper o ciclo da violência e fortalecer o enfrentamento aos feminicídios.