Família e amigos pedem justiça pela morte de jovem, grávida, encontrada pelo pai

Uma passeata, pacífica, em protesto pela demora na conclusão do inquérito sobre a morte da jovem Dienifer Aranguiz Gonçalves que estava grávida de seis meses de uma menina, foi realizada na manhã de sábado(4), em Alegrete.

 

O pai, Adelino Lopes Gonçalves, mãe Sandra Adriana, irmãos e amigos saíram da rua Castro Alves, em frente ao apartamento em que Dienifer foi encontrada sem vida e residia com o companheiro, até a frente da Delegacia de Polícia de Alegrete. Com cartazes, balões e faixas, percorreram o trajeto em silêncio, entretanto, em frente à DP, pediram justiça. A família de Dienifer, visivelmente, estava muito emocionada.

Um dos irmãos precisou do suporte da mãe e do pai para conseguir realizar a passeata pois estava muito abalado. Sandra disse que o protesto tem como objetivo, pedir justiça pela morte da filha. “Até o momento, não tem uma definição do que aconteceu. Minha filha e minha neta, Aurora, foram encontradas sem vida. Não há suspeito dessa situação que acreditamos, não foi ela quem fez algo contra si. Alguém matou minha filha e minha neta. Queremos respostas” – cita.

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Luana Rodrigues, era muito amiga de Dienifer e também estava grávida, no mesmo período. Ela comenta que as duas conversavam muito sobre as gestações e a jovem estava muito feliz. Luana estava com o filho nos braços, para homenagear Dienifer, pois a Aurora também estaria com a mesma idade. “Sei que ela faria o mesmo por mim, Dienifer era uma menina de um coração enorme. Queremos justiça, só assim a família vai ficar tranquila”- destacou.

Neste dia 5, minha filha estaria completando 19 anos  e Aurora quatro meses – completa a mãe de Dienifer.

 

O caso

Há quase sete meses, o pai chegou ao apartamento da filha, depois de algumas mensagens que supostamente ela teria enviado na madrugada, e se deparou com a jovem morta, com os pés no chão, supostamente enforcada.

Dienifer Aranguiz Gonçalves estava grávida de seis meses de uma menina. A morte da mãe e da filha, ainda no ventre, deixaram inúmeros questionamentos. Afinal, o que teria acontecido, de fato, naquela trágica madrugada?

As investigações policiais iniciaram logo ao amanhecer, mas até a presente data não foi dada nenhuma resposta à família da jovem do que realmente aconteceu com a menina que até aquela triste noite se mostrava radiante com a gestação. “Afinal, qual a razão para tanto tempo se obter o resultado do inquérito?” – questionam.

O pai lembrou que chegou por volta das 5h45min, ao apartamento. “Demorei um pouco para conseguir arrombar a porta e me deparei com ela daquele jeito. Dienifer estava com a corda amarrada na janela em uma altura que ficou de joelhos e um nó, que jamais minha filha iria fazer. Ela não tinha conhecimento. Além do que, vizinhos disseram que ouviram discussão durante a madrugada e o apartamento estava todo revirado, tudo quebrado.

Depois, quando a polícia localizou o companheiro, ele que estava em um hotel, confessou que tinha enviado as mensagens, pois estava de posse do celular dela. Ambos aparelhos foram apreendidos no dia” – recorda.
Adelino descreve que aquela manhã o mundo desabou sobre ele e a vida tem sido uma constante angústia por toda essa incerteza. Ele acredita que a filha não iria cometer nada contra si, grávida e feliz como estava. Mesmo assim, vive à espera que o aterroriza para saber o que realmente aconteceu naquela trágica madrugada em que ele perdeu a filha de 18 anos gestante de seis meses.

O relacionamento da filha com o militar era de cerca de 8 meses. Ele foi ouvido, reconheceu que foi ele quem enviou as mensagens na madrugada se passando pela companheira (vítima), mas mesmo assim foi liberado, sendo avaliado o caso como suicídio, embora as autoridades não descartarem nenhuma outra possibilidade. Por esse motivo, o Delegado que então respondia pela Delegacia local fez a solicitação de laudos relativos à morte da jovem.

A Delegada Fernanda Mendonça, disse à reportagem, que o setor de investigação está trabalhando no caso. “Os policiais vão a Uruguaiana buscar um laudo que ainda falta. Estamos só aguardando essa última diligência. Sei do interesse e da angústia deles, e garanto que estamos fazendo o que podemos”.

A Guarda Municipal realizou o acompanhamento da passeata.

 

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Sandra Adriana de Ávila Aranguiz

Fizemos essa passeata pacífica pra pedir a justiça e ao mesmo tempo a paz que tá faltando em tantos lares e ainda não temos respostas pra tanta violência com as mulheres