Funcionária da Santa Casa, mais uma vítima da Covid, teve uma despedida silenciosa e distante

Mais um dia de perdas, dor e despedidas. Na tarde deste sábado(13), familiares, amigos, filho, irmãos e colegas de trabalho se despediram da alegretense Valdirene Severo Barcelos de Souza. Aos 41 anos, ela que atuava no setor de digitação na radiologia, da Santa Casa de Alegrete, perdeu a batalha, depois de quase duas semanas na UTI Covid, para esse vírus que está dilacerando famílias.

Muito abalados, os familiares, inconformados, lamentavam a perda precoce da jovem que, segundo eles, era uma pessoa que sempre fez o bem. Atenciosa com a família, Valdirene ajudava a todos. Os familiares a descreveram como uma pessoa alegre, que não encontrava dificuldade em nada, batalhadora, buscava passar por qualquer dificuldade e tinha êxito.

ALEGRETE CHOROU NA DESPEDIDA DE SEBASTIÃO

Valdirene é a segunda funcionária da Santa Casa de Alegrete, em um ano de pandemia, a perder a vida em decorrência do vírus. Em junho do ano passado, o fisioterapeuta Sebastião Guedes, também teve a vida ceifada aos 60 anos.

Os colegas de trabalho disseram que ela era uma mulher alegre e com a auto estima sempre pra cima, vaidosa. Uma pessoa que estava sempre sorrindo – ressaltam. Para algumas colegas, a perda de pessoas próximas em qualquer período é difícil, mas diante do momento atual, se torna ainda mais doloroso.

 

Valdirene fazia parte do quadro de funcionários da Santa Casa de Alegrete há cerca de 7 anos. Ela deixa um filho de 15 anos, Antônio Jorge Neto. Uma das sobrinhas disse à reportagem que ela sentiu-se mal, fez o teste e estava positivo para Covid-19, depois de três dias, houve uma piora no quadro e ela teve que ser internada na UTI Covid. Nestas quase duas semanas, a angústia, o pânico quando o telefone tocava foram constantes, mas eles tinham muita fé, que, embora ela tivesse complicações em razão da diabetes, iria vencer o vírus.

 

A despedida foi através de um cortejo que saiu da frente da sala preparatória da Funerária Angelus, na Avenida Liberdade, até o Cemitério Municipal de Alegrete. “A dor é ainda maior em não ter a opção de nos despedir, de vê-la uma última vez. Isso é terrível, a dor é ainda maior. A sensação é que isso não está acontecendo, simplesmente vamos enterrá-la, sem a homenagem que ela merecia” – disse uma das familiares.

O sepultamento ocorreu às 18h deste sábado. Nas redes sociais, são centenas de mensagens e homenagens à alegretense.