Defesa da avó do menino queria medir “índice de maldade no caso
A Justiça de Três Passos, no Noroeste gaúcho, negou um pedido da defesa da avó do menino Bernardo Boldrini, encontrado morto em início de abril, em Frederico Westphalen, e considerou desnecessária uma avaliação para identificar se o pai da criança, o médico Leandro Boldrini, sabia do plano para matar o filho ou arquitetou o crime. O pedido partiu do advogado Marlon Taborda, que é assistente de acusação do Ministério Público no caso. Além de Boldrini, viraram réus pela morte de Bernardo a madrasta dele, Graciele Ugulini, a assistente social Edelvânia Wirganovicz, amiga do casal, e o irmão dela, Evandro.
O juiz Marcos Agostini levou em conta um parecer do próprio Ministério Público, que não viu motivo para a avaliação. Na decisão, o juiz sustenta não haver “indício de prova que revele dúvida acerca da sanidade mental do acusado”. O advogado, porém, se disse mal interpretado. Taborda negou ter pedido incidente de sanidade mental de Boldrini e contou que a intenção era outra. “A decisão não corresponde ao meu pedido, que era o de atestar o chamado ‘índice de maldade’ no caso”, explica.
Taborda ainda informou que vai insistir na tese de que não há laudo, até o momento, que comprove que Bernardo não foi enterrado vivo. “Requisitamos a busca de material genético nos sacos de lixo em que o corpo do Bernardo foi encontrado para verificar resquícios de saliva. Esse material só fica à disposição seis meses após o crime e, até agora, não tivemos resposta”, disse o defensor.
O advogado frisou que o sedativo Midazolan, encontrado no sangue do menino, surte “apenas efeito hipnótico” e que a soda cáustica jogada sobre o corpo de Bernardo pode ter ativado do sistema nervoso central, deixando o menino em um estado de semi-hipnose. “Queremos essa perícia complementar porque o nosso interesse é a busca da verdade real”, finalizou.
Fonte: Rádio Guaíba