Levantamento mapeia riscos de acidentes e aponta as ruas mais perigosas no trânsito local

O Índice de Habilitação em Alegrete é de 0,40. A cada 100 pessoas, 40 possuem habilitação (CNH) no município.

acidente de trânsito
acidente de trânsito

Os dados são de um levantamento inédito do DetranRS divulgado nessa Semana Nacional de Trânsito, incluindo pela primeira vez os acidentes de trânsito com lesão corporal e com danos materiais, além dos acidentes fatais, que já eram analisados pela Autarquia. A base de dados é o Sistema Consultas Integradas, da Secretaria de Segurança Pública.

Os diagnósticos do DetranRS visam subsidiar as prefeituras para atuar com mais precisão nos problemas específicos de cada localidade. Em um primeiro momento, foram realizados estudos dos 34 municípios que integram o Gabinete de Gestão Integrada da Região Metropolitana de Porto Alegre – GGIM POA –, dentro do programa RS Seguro, do Governo do Estado, e outros 16 com alto índice de acidentalidade, totalizando os 50+. Essa amostra representa 63% da frota registrada no Estado e concentra 51,8% dos acidentes fatais entre 2010 e 2019. Porto Alegre, embora entre nos 50+, não teve os dados analisados, pois já conta com um diagnóstico qualificado realizado pela EPTC e pela equipe do Programa Vida no Trânsito.

RUAS MAIS PERIGOSAS

Foram analisados todos os 8.708 acidentes fatais no período de 2010 a 2019, além de um total de 62.648 acidentes com lesão e 134.317 ocorrências com danos materiais dos últimos três anos. Os diagnósticos individualizados dos 50 municípios foram encaminhados às Secretarias de Trânsito das prefeituras, oferecendo assessoria para a avaliação dos dados e desenvolvimento de intervenções de engenharia, educação ou fiscalização.

acidente contra pontos fixos
acidente contra pontos fixos

Alegrete

Segundo o relatório de dados estatísticos no município de Alegrete contabilizava 38.845 veículos (junho/2020), ocupando a 38ª posição no Ranking de Frota no RS, com índice de motorização de 0,54, ou seja, a cada 100 pessoas, existem 54 veículos no município.

Em junho de 2020, a cidade possuía 28.781 condutores habilitados, com posição no Ranking de Condutores no RS: 35º município com maior cadastro de CNH no RS. O Índice de Habilitação em Alegrete é de 0,40. A cada 100 pessoas, 40 possuem habilitação (CNH) no município.

Acidente Fatal

A posição no ranking de acidentes fatais no RS (todas as vias), Alegrete ocupa é o 24º município do RS com mais acidentes fatais em 2019, sendo 11 acidentes que resultaram em 11 mortes (6 destes nas vias municipais). A posição no ranking de acidentes fatais vias municipais, é o 8º município com mais acidentes fatais nas vias municipais no período de 2010 a 2019. (47 acidentes fatais que resultaram em 49 mortes).

No período, o índice de mortalidade no trânsito em Alegrete é de 15,2. São aproximadamente 15 mortos a cada 100 mil habitantes (considerando as mortes que ocorreram em todos os tipos de via no ano de 2019), maior que o índice do Estado, que foi de 14,3.

O relatório revela dados de acidentalidade fatal no município de Alegrete. No período de 2010 a 2019, foram identificados 81 acidentes fatais que resultaram em 87 mortes, sendo os maiores registros nos anos de 2015 e 2019 quando foram identificados 11 acidentes fatais em cada ano.

Em relação à natureza dos acidentes fatais, os maiores índices são das colisões (frontais e traseiras) e dos atropelamentos que representaram 31% e 25% dos acidentes que resultaram em morte. Quanto à distribuição dos acidentes fatais analisados no período, estes ocorreram em vias municipais e em rodovias estaduais e federais. As rodovias que registram maior concentração dos acidentes são a BR 290 (26%) e RS 377 (10%), já as vias municipais registraram 47 acidentes fatais que corresponderam a 58% do total.

No que se refere as vias municipais, as Avenidas Assis Brasil, a Doutor Eurípedes Brasil Milano, a Tiaraju e a Rua Bento Manoel somam 27% do total de acidentes, concentrando 47% do total de acidentes fatais ocorridos somente nas vias urbanas. No período analisado, identificou-se 47 acidentes nas vias municipais que resultaram em 49 mortes, destes 40% foram atropelamentos e 28% foram colisões (frontais e traseiras).

acidente com lesões
acidente com lesões

Analisando os tipos de veículos envolvidos em acidentes fatais, identificou-se que 33% dos acidentes envolveram motocicletas e outros 12% tiveram participação de caminhões.

Com relação à distribuição dos acidentes por dia da semana e turnos, os finais de semana correspondem a 41% dos acidentes fatais analisados, foram 33 acidentes que resultaram em 36 óbitos, sendo que 52% destes ocorreram nas noites e madrugadas de sábados e domingos (17 acidentes).

No geral, identificou-se que 38% dos acidentes ocorreram durante as tardes, foram 31 acidentes no período. Nos acidentes ocorridos em Alegrete identificou-se que 38% dos óbitos foram de ocupantes de veículos quatro rodas. Faleceram 20 condutores e 13 passageiros, sendo que os ocupantes de motocicletas (considerando motonetas e ciclomotores), concentraram 27,6% do total. Foram 22 motociclistas (todos homens) e 2 caronas mulheres.

Destes motociclistas 55% destes tinham entre 18 e 29 anos. Outros partícipes com representatividade são os ciclistas que tiveram 9 mortes no período, todos homens e a maioria com idade acima de 40 anos, enquanto os pedestres correspondem a 23% do total dos óbitos, sendo 50% destes idosos acima de 75 anos.

acidente com danos materiais
acidente com danos materiais

Ainda quanto a participação das vítimas fatais, identificou-se que 43% dos condutores e motociclistas não possuíam CNH ou estavam em condição irregular (CNH vencida, por exemplo), destacando-se os motociclistas, onde metade destes não estavam devidamente habilitados para conduzir este tipo de veículo.

Outro fato é que quase a totalidade dos condutores e motociclistas falecidos eram homens (95% do total). Quanto ao perfil geral das vítimas fatais, em Alegrete a maioria era do sexo masculino: morreram 74 homens (85%) e 13 mulheres. Identificou-se que 68% dos homens que tiveram óbito estavam conduzindo veículos (todos os tipos) no momento do

acidente. Já as mulheres, quase a totalidade eram pedestres (46%) e passageiras de veículos (38%). No que se refere a faixa etária das vítimas fatais, os jovens de 18 a 29 anos e aqueles com idade entre 40 a 49 anos tiveram representatividade significativa, correspondendo a 25% e 15% dos óbitos, respectivamente. Entretanto, destacam-se os

idosos com 60 anos ou mais: foram 35 mortes no período analisado (33% dos óbitos). A pesquisa considerou vítimas fatais de trânsito aquelas que foram a óbito no local do acidente, em deslocamento para o hospital ou até 30 dias após a internação.

acidente motorista sem habilitação
acidente motorista sem habilitação

Após esse levantamento o município pode também solicitar ao DetranRS e à Secretaria Estadual de Saúde a inclusão no Programa Vida no Trânsito, iniciativa brasileira voltada para a vigilância e prevenção de lesões e mortes no trânsito e promoção da saúde, em resposta aos desafios da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Década de Ações pela Segurança no Trânsito.

O diretor-geral do DetranRS Enio Bacci reforça o convite para a prefeitura analisar o diagnóstico realizados e coloca o DetranRS à disposição para, em parceria com as equipes locais, desenvolver ações mais efetivas de prevenção da acidentalidade.

Se inscrever
Notificar de
guest

1 Comentário
Mais antigas
O mais novo Mais Votados
Comentários em linha
Exibir todos os comentários
Augusto

O grande problema não está nas ruas, mas nos motoristas. Das cidades que morei e conheço, Alegrete é disparada a cidade com enorme número de barbeiros. O povo dirige muito mal.