Mesmo sem decisão da Justiça, árvore é abatida em pátio no centro, e gera protesto de moradores

Todos sabem que uma árvore leva muitos anos para crescer, virar adulta e dar sombra. Portanto, abater qualquer espécie nos tempos atuais só se realmente for uma ameaça a prédios e casas.

O caso vem à tona numa situação de árvores dentro de pátio na Rua Joaquim Antônio, no centro de Alegrete.

Os donos do imóvel, no fundo do terreno, em sua maior parte da sucessão de Aracy Mendonça Pedroso, ao comprar a casa quebraram o muro e fizeram uma cerca divisória como passagem até o fundo.  A representante  do espólio, Vera Soares Pedroso entrou na Justiça, junto com Júlio Bastos que, também, tem um terreno no fundo, em ação que ainda tramita na primeira Vara Cível para que a cerca fosse removida ou diminuído o espaço do corredor, visto que os moradores do prédio principal não tem como entrar em suas garagens e até bateram carros devido a isso.

-Quando comprei o terreno e construi a casa levei em conta aquela maravilha de área verde em pleno centro, pensando no meu neto, quando via pessoas, de famílias diferentes, convivendo harmonicamente no local, destaca Bastos. Não entendo o que passa na cabeça de certas pessoas, destruir algo que tem como fazer de forma coletiva e servir a todos, inclusive até com play ground e outras melhorias, complementa.

O espaço pelo outro corredor ( usado há mais de 40 anos) não permite a manobra para entrar nos boxes, o que fez um a se desfazer de uma caminhoneta, porque  foi provado de que não teria como entrar em sua garagem, sem bater na tal tela. Uma parte dessa tela, devido a isso foi arrancada, senão ao dar ré inevitavelmente bateria na divisória.

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-Nunca houve diálogo por parte dos proprietários do imóvel de fundos e começaram os problemas, inclusive com ameaças. Eu moro há mais de 30 anos no local e nunca houve problemas com vizinhos. Óbvio, se galhos passarem para o prédio ao lado devem ser podados, mas abater árvores adultas é algo que realmente que não entendo, diz Vera. Aquela  existe há anos e nunca apresentou nenhuma ameaça, senão já deveria ter sido destruída, como foi feito agora (ficou só nos tocos).

Ela diz que  as três famílias que  vivem no mesmo terreno no prédio da frente nunca tiveram nenhum tipo discussão ou desentendimentos e conviviam, harmonicamente, num espaço verde onde crianças brincavam e todos entravam pelo mesmo espaço, para suas casas, inclusive os que locavam, a época, há pouco mais de dois anos a casa de fundos, sem nenhum problema.

_ Eu apenas represento o espólio e não vou ficar com o imóvel principal, mas fico a pensar o quanto as pessoas  são egoístas não dialogam para se chegar a melhor decisão. Vivemos num mundo onde temos que ser mais humanos e ensinar, inclusive filhos e netos, a plantar e cuidar de árvores, conviver em harmonia, destaca a Jornalista.

Isso a deixa estupefata ao afirmar que nunca iriam atrapalhar, muito pelo contrário todos se ajudavam ali e vizinhos sabem disso. As árvores, folhagens e flores foram plantadas de forma coletiva e todos cuidavam, num lindo gesto de boa vizinhança e humanidade,o que acredita que deve ser a busca de todos, salienta.

A ideia, conforme relata, era  fazer uma frente bonita, colocar um portão eletrônico, deixar apenas uma entrada pelo lado que escolhessem, com a área verde preservada em que todos usufruíssem, com espaço para crianças e todos os moradores, esclarece.

Porém brigar por um corredor com brita para chegar numa casa de fundos é algo bem estranho, diz Santa Pagnosin, uma das moradoras do local que vê isso com um retrocesso. Em plena pandemia em que todos deveriam ser mais humanos, amolecer o coração, vemos isso, salienta a dona de casa que ama plantar e cuidar.

– Isso aqui era lindo, diz chorando, uma convivência familiar muito bonita de pessoas diferentes. Depois que eles chegaram virou algo triste. Quem não gosta de verde, árvores e plantas deve rever sua vida, coloca a dona de casa. O dono, já falecido, vivia elogiando que eu plantava flores e nos ajudava a regar,coloca.

A sucessão aguarda andamento da decisão judicial, que de acordo com a advogada ainda está tramitando e, portanto não se pode fazer nada, até decisão antes do processo ser julgado.