
A primeira prenda 4 ª Região Tradicionalista, alegretense, Milena Antunes, estuda com afinco para concorrer a prenda do RS em provas de 15 a 17 de maio em Porto Alegre.
Depois de um extenso currículo como prenda e dentro do movimento tradicionalista Milena se prepara para mais um desafio. Neste ano, vai representar a região na 54ª Ciranda Cultural de Prendas do Rio Grande do Sul, concurso que reúne representantes das 30 regiões tradicionalistas do Estado. -Essa Ciranda não é apenas uma competição — é o momento de escolher a representante da mulher gaúcha, aquela que, ao longo de um ano, irá unir vozes, vivências e corações em prol da preservação e divulgação da nossa cultura, salienta a alegretense.
Milena tem 27 anos é médica veterinária e mestranda em Cardiologia Veterinária pela Universidade Federal do Pampa. -Atualmente, tenho a honra de ser a Primeira Prenda da 4ª Região Tradicionalista, e carrego comigo, no peito e na alma, o amor pela minha casa: o Centro Farroupilha de Tradições Gaúchas, diz com orgulho.

Ela diz que sua jornada como prenda começou cedo, aos três anos de idade, quando entrou pela primeira vez em uma entidade tradicionalista declamando poemas. Esse foi o início de um caminho repleto de desafios e conquistas, onde a paixão pelo tradicionalismo sempre foi seu guia, atesta. Já aos sete anos, participou pela primeira vez do concurso de prenda mirim no CTG Farroupilha e foi consagrada 1ª Prenda Mirim daquele ano. Esse título foi o primeiro de muitos que viriam a seguir, cada um carregando consigo memórias e aprendizados preciosos para a prenda Milena Antunes.
Ao longo dos anos, diz a prenda, ela teve a alegria de ser agraciada com diversos títulos, como:
Mais Prendada Prenda Mirim da 29ª Campereada Internacional de Alegrete;
3ª Prenda Mirim da 4ª Região Tradicionalista;
Mais Prendada Prenda Mirim dos Festejos Farroupilhas;
1ª Prenda Juvenil do CTG Farroupilha;
Mais Prendada Prenda Juvenil dos Festejos Farroupilhas;
1ª Prenda Juvenil da 4ª Região Tradicionalista;
1ª Prenda dos Festejos Farroupilhas. 1ª Prenda do Centro Farroupilha de Tradições Gaúchas
Cada uma dessas conquistas representa não apenas o seu esforço pessoal, mas também o apoio incondicional da família, dos amigos e da comunidade.

A preparação
A preparação para esse concurso é intensa e envolve diversas etapas: relatório de atividades, mostra folclórica, parte artística, prova escrita, redação e prova oral. A prova escrita abrange conteúdos como Geografia, História, Folclore e o próprio Movimento Tradicionalista Gaúcho, enquanto a parte artística exige a apresentação de uma dança tradicional e uma de salão, além da escolha entre declamar, cantar ou tocar um instrumento. -Eu optei por declamar, que é uma das minhas grandes paixões.
Ela conta que retornar ao concurso de prendas não foi uma decisão fácil. Sua vida profissional e pessoal são bastante intensas, dividindo seu tempo entre os atendimentos veterinários e o mestrado, com deslocamentos frequentes entre Alegrete e Uruguaiana. Isso naturalmente reduz o tempo disponível para estudo e preparação. No entanto, aprendeu que, quando se tem amor pelo que se faz, o tempo se torna meramente um coadjuvante.

Mais do que uma decisão pessoal, retornar ao palco de uma Ciranda Cultural de Prendas, agora em busca do título de Prenda do Rio Grande do Sul, é uma escolha extremamente comunitária, enfatiza. A prenda que vai representar a 4ª Região Tradicionalista diz que desde cedo, aprendeu no tradicionalismo que a vaidade deve ficar em segundo plano. -Meu retorno aos palcos é movido pela crença em um propósito maior, de fazer do tradicionalismo uma fonte de apoio para o nosso estado e de integrá-lo como uma filosofia de vida. Quero, com esse retorno, inspirar no coração de todos aqueles jovens que já foram prendas e peões o desejo de voltar aos palcos e manter viva a nossa tradição” diz com orgulho Milena Antunes.
Um pouco da história descrita por Milena
Seu coração a guia a levar ao Rio Grande do Sul um pouco da nossa Pampa Gaúcha, da alma alegretense, da essência da 4ª Região, que guarda em si a força de um território de fronteiras, entrelaçado com o Uruguai e a Argentina. Essa mistura de povos — gaúchos, uruguaios e argentinos — molda nosso jeito de ser, de falar, de sentir. E é justamente essa diversidade cultural que pretendo apresentar com orgulho, pois ela justifica nossos usos, costumes e a forma única como expressamos a identidade gaúcha.

Na sua mostra folclórica, irá falar sobre Hermes Gonçalves Ferreira, o primeiro presidente do MTG e autor do nosso Brasão de Armas Tradicionalista. Tem sido uma satisfação imensa mergulhar na sua história e conhecer um pouco mais dos primórdios do nosso tradicionalismo.
Ela está se preparando, desde o momento em que recebeu o título de Primeira Prenda da 4ª RT. A rotina de estudos é constante, com foco total em representar muito bem tanto a minha região quanto o seu Alegrete neste palco estadual.

Ela lembra que assumir o papel de prenda é um grande desafio, porque exige propósito, entrega e amor verdadeiro à filosofia tradicionalista. Eu acredito, com todas as minhas forças, que o Movimento Tradicionalista Gaúcho ainda é um dos espaços mais sadios e humanos para convivermos em sociedade. Foi essa crença que a fez retornar, 11 anos depois, ao caminho da Ciranda.
Essa trajetória trouxe amizades, companheirismo e, acima de tudo, aprendizado, salienta. É esse o exemplo que quer deixar para as próximas gerações: que vale a pena acreditar no nosso tradicionalismo, agarrar-se às raízes que sustentam quem somos, e olhar para frente com os olhos bem firmes naquilo que nos constrói.

-Assim como uma árvore precisa de raízes fortes para crescer, nós também precisamos da tradição gaúcha para seguirmos firmes. É por isso que aceitei esse desafio. Faço isso pela minha comunidade alegretense, pelas crianças das nossas entidades, pela nossa Pampa gaúcha e pela 4ª Região. Estou imersa aos estudos, com comprometimento, amor e responsabilidade, porque acredito que o tradicionalismo é uma das formas mais bonitas de contribuir, humanamente, para um mundo melhor.
