“Não consigo emprego por causa do meu peso”, desabafa mulher preterida em processos seletivos

Uma mulher de Alegrete, que preferiu não se identificar, compartilhou um desabafo sobre sua experiência ao buscar trabalho fixo na cidade.

CARTEIRA DE TRABALHO; SINE IDT; FOTOS©TATIANA FORTES/ GOV DO CEARA

Apesar de possuir boas referências e experiência profissional, ela relata enfrentar preconceito devido ao seu peso, situação que considera recorrente em suas tentativas de inserção no mercado de trabalho.

Segundo o relato, ela tem se dedicado a trabalhos de freelancer enquanto procura uma oportunidade formal. Nas últimas semanas, participou de quatro entrevistas de emprego em diferentes empresas da cidade. Em três delas, notou atitudes que indicavam preconceito relacionado à sua aparência física.

“Envio meu currículo, a empresa me chama no WhatsApp e, pela conversa, já demonstra entusiasmo. Quando chego para a entrevista, percebo olhares que vão dos pés à cabeça, seguidos de frases que indicam claramente uma mudança de percepção por conta do meu peso”, afirmou.

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A mulher contou que, em uma das entrevistas, o empregador sugeriu que ela fosse deslocada para outro setor, mesmo sem experiência, deixando subentendido que o motivo era o peso. Em outra ocasião, ouviu de forma direta que buscavam “pessoas novas com boa aparência”, sem mencionar explicitamente o critério de peso, mas deixando evidente a exclusão por conta do corpo.

“Saí chorando da entrevista hoje. Eles me disseram que poderiam tirar alguém de outro setor para eu aprender, mas não é isso. A vaga anunciada era específica, eu me encaixava no perfil e tinha experiência. A decepção com o peso é visível. Não dão uma chance”, desabafou.

A mulher também mencionou que as empresas deveriam ser mais claras em seus anúncios de emprego, especificando, se for o caso, que há exigências relacionadas à aparência física. “Deveriam colocar: ‘vaga para tal setor, precisa ter experiência na área, meio de transporte e ser magro’.”

Esse relato reflete um problema que vai além de experiências individuais, expondo uma prática discriminatória que afeta a autoestima e a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho. O caso aponta para a necessidade de maior conscientização sobre preconceitos em processos seletivos, reforçando a importância de um mercado de trabalho mais inclusivo e focado em competências profissionais.

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