Nova queda na obra dos camarotes: Assercal diz que situação era prevista, engenheiro Aquino afirma que obra tem que ser embargada

Na manhã deste domingo (19), novamente, surgiram informações de que mais módulos na Avenida do Samba tinham caído na madrugada.

A reportagem do PAT foi ao local e contatou com o presidente da Mica, Wado Mendonça, um dos responsáveis pela obra, nesta etapa.

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Wado e o presidente da escola Nós Os Ritmistas, Rafael Faraco, destacaram que devido ao risco de cair, na tarde de ontem, os trabalhadores já tinham derrubado cerca de 15m da estrutura que, com a chuva acabou cedendo e caiu o restante, no total – são cerca de 30 m. “Essa parte é no módulo dois, que já estava certo que não seria utilizado. Como muitas pessoas estão indo ao local, para evitar algum acidente ou incidente – decidimos que iríamos derrubar – pontuou Wado.

Ele acrescentou que o trabalho se mantém no primeiro módulo onde há 39 camarotes dos 121 vendidos. Os demais serão móveis e instalados entre as arquibancadas.

Durante os registros no local, o PAT se deparou com o engenheiro Vicente Aquino que estava avaliando o cenário. Em uma observação ele pontuou: essa obra deveria ser condenada, mesmo da maneira em que está sendo realizada para manter esse primeiro módulo, ela mantém várias patologias.

“A primeira parede a colapsar foi essa que se mantém com inúmeros apontamentos de situações e riscos. Desde que iniciou a obra, eu destaco a preocupação com as vida das pessoas. É um risco iminente e continua sem a devida segurança. O correto é colocar tudo no chão e iniciar do zero, essa obra precisa ser embargada”- considerou.

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O engenheiro cita que os pilares em um muro de contenção funcionam como se fossem uma viga em balanço, logo deve ser fortalecido na base e livre na parte superior. Deste modo o empuxo ativo vai gerar um momento que tenderá girar o pilar, ou seja, derrubar o pilar.

Sendo assim, para conter estes esforços é preciso aço ( barras de aço)na parte inferior da edificação. E deve aumentar a inércia para dificultar que este elemento gire.

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A alvenaria de blocos de concreto necessita de vergalhões e graute para conter ações permanentes como o empuxo ativo. Porém, sem o concreto, com apenas argamassa nos blocos, ele não vai suportar.

“A falta de fiscalização e acompanhamento técnico, a qualidade dos materiais, entre outros, irão produzir várias patologias já na fase de execução. As fundações não possuem armadura, dimensões mínimas e profundidade de acordo com a NBR 6122. As armaduras das esteiras das sapatas devem ser lançadas sobre um lastro de concreto magro com espessura mínima de 5cm, nunca sobre o solo”.

Algumas anomalias na obra, segundo ele, são riscos, pois toda obra iniciou de forma errada e não obteve os cálculos necessários, o material resistente e o projeto que deveria dispor como os pedreiros deveriam executar. Posto isso, apontou inúmeras rachaduras na estrutura, além de acrescentar que as sapatas que estão sendo colocadas estão invadindo o passeio público. “Toda essa estrutura continua se movimentando. Essa obra não tem modulação e paginação. Outro fator importante foi a falta de cura do concreto… são muitas irregularidades”- considerou.

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Durante a conversa com o engenheiro Aquino, Wado esteve na Avenida e confirmou a informação que já havia sido destacada, Um homem que não quis se identificar, falou que trabalhou na obra, na primeira etapa e que alguns trabalhadores teriam alertado para os riscos, mas a questão toda era o tempo de execução. “Eu trabalhei aqui, nesse último mês não ocorreu o pagamento, estamos aguardando”. Em relação a empresa que ele atuava disse que foi contratado para trabalhar numa empresa que não era empreiteira.

Sobre essas denúncias de falta de pagamento, a Assercal ressaltou que esta aguardando a prestação de contas do ex- presidente – Gilson Vaucher.

As pessoas estão argumentando que ocorreram muitas falhas, mesmo assim, diante da comissão formada pelos presidentes das escolas, um trabalho intenso vem sendo realizado para que o Carnaval na cidade seja realizado de forma que possa contemplar todos com alegria e que seja uma grande festa.

O Carnaval está previsto para acontecer nos próximos dias 31 de março e 1º de abril. O embaraço envolvendo a obra dos camarotes parece longe de ter um desfecho.

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Jorge Newton de Souza Nunes

Estão esperando ocorrer uma tragédia para fazerem alguma coisa? Será que não é possível apurar o responsável pela péssima qualidade da “obra”, e o responsável pela contratação de quem sabe-se lá quem é. E as autoridades quietas, esperando o carnaval, talvez do ano que vem, ano de eleições.