Dandara, a estrela que brilha nos Estados Unidos matou saudade de sua terra Natal

Desde a infância, a filha de pais capoeiristas, Dandara Amorim Veiga, dividiu-se entre as rodas de capoeira e os palcos de dança. Em ambos, estreou antes de começar a caminhar. Secretamente, porém, já tinha escolhido o caminho que trilharia na vida.

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Na Escola Ballerina- fevereiro de 2023

A garota que descobriu o balé aos nove anos num projeto social para crianças carentes de Alegrete, teve a certeza: conquistou uma bolsa de estudos na Alvin Ailey American Dance Theater, em Nova York (EUA), escola de dança contemporânea consagrada mundialmente. Conta que eram 400 para cinco vagas “e eu lá no meio de todos esperando a minha vez”. Até chegar lá passou pela Argentina, Portugal e Itália.

A dona de um lindo sorriso, corpo esguio, depois de cinco anos sem vir em Alegrete retornou à sua terra para participar do Carnaval. Como foi transferido ela participou ativamente das atividades na quadra dos Ritmistas. Vivenciou dias com a família e reencontrou amigos.

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Com a professora de balé Jaqueline Zacarias

Num papo bem informal, na Ballerina, disse o quanto é grata a Jaqueline Zacarias que acreditou e a incentivou, mesmo sabendo de suas condições.

-Minha mãe e avó de família humilde me ensinaram a ter resiliência e sempre seguir o sonho que é dançar e ter o espírito de esperança”.

A primeira vez que Dandara saiu do Brasil foi para fazer um curso com bolsa no Studio de Danza Margarita Fernandez em Buenos Aires. Depois passou pela Itália, Portugal até a seleção do Alvin Ailey em Nova Iorque, aos 18 anos.

“Seja escutado”; muita gente atendeu esse chamado

Há sete anos fora do país, a bailarina de Alegrete confessa que teve medo de ficar doente longe do acolhimeto de família, de não ter o visto renovado. -Lá é tudo muito rígido com os imigrantes, negros, latinos e temos que ser bons para nos mantermos no país. O seu visto é o de alienígena extraordinário, um dos tipos de visto de imigrantes nos Estados Unidos. – Até antes de ir para os Estados Unidos eu ouvia música, assistia filmes para tentar aprender inglês, porque a vontade de vencer era maior que a dificuldade de aprender outro idioma, salienta.

Bailarina Dandara Amorim Veiga

Um dos anjos em sua trajetória, que conheceu junto com a professora Jaque, foi Cláudia Zaccari (primeira bailariana do teatro de Roma). Ela foi a que proporcionou a bolsa de estudos na Itália e continuou a me apoiar. Divido sempre minhas vitórias com ela, cometou Dandara.

Dandara com Claudia Zaccari

Existem muitos dançarinas boas em técnica. Mas são poucas as que tocam profundamente na alma. Dandara é uma delas”  — garante Claudia em uma entrevista.

Um dos trabalhos que mais a emocionou, em Nova Iorque, foi iterpretar Evita Perón na companhia em que trabalha. Na entrevista, esta semana, voltou a chorar ao lembrar da emoção e sucesso deste trabalho. Sua rotina no Alvin Ailey é das 10h às 17h, com meia hora para almoço.

Espetáculo sobre Evita Perón

Antes de integrar a Alvin Ailey, ela trabalhou como ajudante em um restaurante onde conheceu o americano Kendal, de quem ficou amiga e depois casou.

Além de turnês com a sua companhia por todo o país, e os inúmeros prêmios, Dandara foi capa de uma das maiores revistas de dança do mundo, a Dance Magazine e teve artigos nos jornais The New York Times e Washington Post.

E a bailarina ainda mostrou mais um talento, na pandemia, quando o trabalho recuou. Ela foi convidada para fazer um filme Deicive e foi nomeada para seleção de melhor atriz no Festival de Paris.

Sua desenvoltura vai além dos movimetos do corpo, e ao falar tem excelente expressão contando sua história e a vida nos Estados Unidos.

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-Voltei à minha cidade depois de cinco anos, a convite de Rafael Faraco que me passou o enredo da escola e me convidou para ser uma das negras destaques. Agradeço por estar aqui, junto da minha família e participar da vida da minha cidade, a qual tenho respeito e admiração.

Com o adimento da data da festa, ela participou ativamemte dos eventos na quadra da escola, interagiou com a comunidade e principalmente matou a saudade da família e amigos.

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