O catador que se formou em Direito, mas ainda não conseguiu exercer a profissão

Todos dizem que estudar é a maneira de crescermos e conseguirmos algo melhor em nossas vidas. É assim, que pensam os que realmente gostam de aprender.

A história de um trabalhador de Alegrete exemplifica a vontade de mudar de vida. Marcos Teles de Oliveira, 52 anos é catador -reciclador. Ele cuidou de dois irmãos e esteve sempre envolvido com a Justiça.

Em 1992, entrou no Projeto Ler para terminar os estudos básicos e em 2005 conclui o médio. Diz que com a missão de cuidar dos irmãos, vivenciou muito de Direito e acabou pegando gosto.

-Resolvi fazer vestibular a época e cursar a faculdade. Como era cara, de início, fazia bem poquinhas cadeiras até me formar em 2020, diz Marcos. Conta com orgulho que o Dr Adão Faraco o ajudou a pagar parte da faculdade e com o FIES terminou Direito na Urcamp.

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Marcos o catador que se formou em Direito e quer fazer a prova da OAB

Mas como precisa continuar trabalhando para viver, o catador segue suas atividades pegando o que vende a empresas de reciclagem em restaurantes e pizzarias.

Por ter sofrido um acidente que afetou o braço e a perna esquerda recebe auxílio doença, sendo que grande parte vai para pagar o FIES até 2037. E a luta, agora, é tentar fazer a prova da OAB, para só então seguir o curso que se formou.

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-Eu escolhi Direito, porque tive que lidar muito com isso em razão de ficar com meus dois irmãos para cuidar e acabei aprendendo alguma coisa em função de audiências e processos de guarda. Continuo sonhando e enquanto cato material para reciclar penso que minha vez vai chegar”, atesta.

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