Operação da Polícia Federal resgata trabalhadores em condição análoga à escravidão em Manoel Viana

Na última sexta-feira (15), uma operação conduzida pela Polícia Federal resultou no resgate de nove trabalhadores em situação degradante em uma propriedade rural de cultivo de arroz, localizada na área rural de Manoel Viana, região da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul.

Os trabalhadores, incluindo um adolescente, foram encontrados em condições análogas à escravidão, alojados em um galpão de madeira sem as mínimas condições de higiene e segurança.

Dois indivíduos responsáveis pela propriedade e um suposto aliciador dos trabalhadores foram localizados e presos em flagrante durante a ação. Após passarem por audiência de custódia, os três obtiveram liberdade mediante pagamento de fiança e estabelecimento de medidas cautelares, conforme informado pelo advogado de defesa, Miguel Garaialdi. Eles devem responder pelo crime de redução de ser humano a condição semelhante à de escravo, porém, seus nomes não foram divulgados.

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Segundo as investigações da Polícia Federal, os trabalhadores estavam submetidos a condições extremamente precárias. Alojados em um galpão de madeira improvisado, dormiam em um ambiente sujo, sem condições mínimas de higiene, com a fiação elétrica exposta, e sem qualquer segurança. O delegado Vinicius Barancelli, responsável pela operação, relatou que os trabalhadores foram contratados para atuar na produção de arroz e na aplicação de agrotóxicos na propriedade.

“Nove trabalhadores que estavam alojados numa espécie de barraco de madeira em situação absolutamente desumana. Realizamos entrevistas com eles e percebemos que eles estavam lá para o trabalho em lavoura de arroz, na aplicação de agrotóxicos”, afirmou o delegado Barancelli.

A investigação teve início após uma denúncia e contou com o apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Polícia Civil. Os trabalhadores resgatados são originários de cidades da Fronteira Oeste do RS e possuem idades entre 17 e 34 anos. Após o resgate, foram encaminhados de volta para suas residências e receberam suporte do MPT, que adotou as medidas necessárias para garantir seus direitos trabalhistas.

A operação destaca a importância da atuação conjunta entre os órgãos de fiscalização e investigação para combater a prática do trabalho escravo no país. O resgate desses trabalhadores evidencia a necessidade contínua de vigilância e ação por parte das autoridades para garantir a dignidade e os direitos fundamentais dos trabalhadores, bem como a responsabilização dos envolvidos na exploração laboral.

Fonte: G1

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