Polícia Civil: delegados reivindicam reajuste salarial e suspendem divulgações à imprensa

Delegados e delegadas da Polícia Civil de todo Rio Grande do Sul decidiram, em assembleia da categoria, não divulgar detalhes sobre operações nem conceder entrevistas para a imprensa, em um protesto por valorização salarial e de carreira.

A medida foi anunciada pela Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul (Asdep), após assembleia geral.

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A reportagem conseguiu contato com delegada Daniela Barbosa da 4ª DRPI, que confirmou que os delegados da região estavam seguindo a determinação decidida em assembleia.

Em nota, a Polícia Civil do estado informa que “respeita a manifestação” da associação, mas que irá “assegurar o direito dos cidadãos à informação sobre ações”. Conforme a nota, o setor de comunicação do órgão seguirá à disposição para divulgar informações sobre fatos criminais e trabalhos realizados”. Leia a nota na íntegra abaixo.

Participaram da assembleia centenas de delegados associados à Asdep, segundo a entidade. Mais de 700 delegados são associados a entidade. A votação foi unânime.

Segundo a associação, eles reivindicam diálogo com o governador do estado, Eduardo Leite, para negociação e valorização da carreira. “No entanto, [o governo] divulga rotineiramente os excelentes resultados da segurança pública”, salienta a Asdep.

O secretário-chefe da Casa Civil do RS, alegretense Artur Lemos afirmou que o governo “nunca esteve fechado a receber qualquer categoria. Ele ainda afirma, sobre as duas reivindicações dos delegados, que “a situação da carga laboral tem sido trabalhada pela chefia de polícia e pela Secretaria de Segurança”, e que um aumento salarial emperra “no limite prudencial por conta da queda de arrecadação”. A forma encontrada pelo governo foi oferecer vale-refeição aos delegados no valor de R$ 400, situação que está em debate na Assembleia Legislativa.

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A categoria diz ainda que a sociedade não será prejudicada com a medida, e que realizará audiências com deputados e vereadores para detalhar a situação.

“Estamos há dez anos sem reposição salarial. O atual governo nos deu em dezembro (2022) 6% de reposição, o que sequer cobriu a defasagem inflacionária do ano passado. A polícia vem trabalhando muito bem, com operações de grande porte, fora as prisões cotidianas. Isso reflete na drástica redução dos índices de criminalidade. O governo do estado se aproveita disso e usa as redes sociais e seus espaços na mídia para dizer que a segurança pública do Rio Grande do Sul vai bem, mas esquece de pagar aqueles que fazem a segurança pública”, argumenta o presidente da Asdep, delegado Guilherme Yates Wondracek.

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Nota da Polícia Civil

A Polícia Civil respeita a manifestação da Associação dos Delegados de Polícia do RS (Asdep), assegurando, contudo, o direito dos cidadãos à informação sobre suas ações, já que atividades de uma instituição de Estado, não será prejudicado. A Comunicação da Polícia Civil seguirá à disposição da imprensa para divulgar informações sobre os fatos criminais e os trabalhos realizados, os quais têm resultado na redução constante da criminalidade em todo o Estado, no âmbito da estratégia traçada pelo programa RS Seguro. A chefia da instituição, bem como a gestão da Secretaria da Segurança Pública, reforça a disposição para o diálogo permanente com a categoria.

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