Celso Tonon, de 58 anos, consta como desaparecido desde 7 de junho. A partir do dia seguinte, parte de seu patrimônio foi vendido. Suspeito do crime está preso preventivamente.
A Polícia Civil investiga o desaparecimento de um empresário, em Sapiranga, na Região Metropolitana de Porto Alegre. De acordo com o chefe de investigações da Delegacia de Sapiranga, Carlos André Medeiros, Celso Tonon, de 58 anos, foi visto pela última vez no dia 7 de junho e, no dia seguinte, aviões e outros itens de seu patrimônio começaram a ser vendidos. A polícia acredita que ele tenha sido morto por um funcionário.
O funcionário, de 29 anos, contratado como mecânico de aeronaves, foi indiciado por latrocínio, e está preso desde 30 de junho. Ao investigar o suspeito nas redes sociais e em círculos ligados à aviação, a polícia identificou anúncios feitos por ele para vender aeronaves, motores e peças diversas, todos pertencentes a Tonon.
Em depoimento, ele negou ser autor da morte do empresário, mas admitiu ter se apropriado dos bens do patrão para vendê-los.
“Durante três meses, [fizemos] uma sequência de diligências investigativas para solucionar aquilo que inicialmente parecia ser um homicídio simples e se tornou um caso de latrocínio envolvendo um patrimônio que girava em torno de R$ 1 milhão”, disse o investigador.
O suspeito já teria angariado, segundo a polícia, cerca de R$ 200 mil com a venda de cinco aeronaves (duas completas e três carcaças), um motor-home, caminhões e automóveis. Até o momento, os carros não foram localizados, pois os documentos não foram encontrados.
Automóveis antigos também teriam sido negociados — Foto: Polícia Civil/Divulgação
A polícia suspeita que tenham sido queimados junto com os pertences da vítima, logo após sua execução. Os demais veículos, incluindo duas Mercedes-Benz clássicas dos anos 1980, foram recuperados.
“Ele fazia venda a partir de recibos frios de doação ou os vendia como sucata”, explica o investigador.
Segundo a polícia, testemunhas teriam afirmado que o suspeito havia sondado alguns moradores locais sobre a possibilidade de executarem o empresário, oferecendo parte do patrimônio como forma de pagamento. Como não obteve êxito em sua estratégia, ele teria arquitetado a morte de seu chefe com pessoas de fora do estado.
Operação envolvendo cinco aeronaves e um hangar foi chamada de Barão Vermelho — Foto: Polícia Civil/Divulgação
De acordo com as investigações, a execução aconteceu entre 7 e 8 de junho, pois, nesse dia, o suspeito confidenciou a dois contatos que Celso Tonon estaria morto, e que, com sua morte, seu patrimônio ficaria para ele, já que o empresário não teria filhos e sua mulher “não liga”. Ao contato, o suspeito revela que Tonon teria sido vítima de câncer.
A localização do corpo de Celso Tonon ainda é desconhecida. A hipótese é que ele tenha sido morto em outro estado, e seus restos mortais, queimados. A polícia trabalha na identificação e indiciamento dos suspeitos das receptações dos aviões, veículos e motores pertencentes à vítima.
Quem tiver informações sobre o caso deve repassá-los à polícia, anonimamente, segundo o investigador, para o WhatsApp (51) 9990-82057.
Fonte: G1