Primeiro caso de Encefalite Equina do Oeste no RS é registrado na região

O Rio Grande do Sul registrou o primeiro caso de Encefalite Equina do Oeste (EEO). A doença foi confirmada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com diagnóstico positivo para um equino usado na lida diária em uma propriedade pecuária de Barra do Quaraí, na Fronteira Oeste do Estado.

A doença é causada pelo vírus do gênero Alphavirus e transmitida pela picada do mosquito vetor Culex spp. ou Aedes spp. Ao atacar o sistema nervoso do animal, o patógeno provoca febre, conjuntivite e cegueira. Também há sinais neurológicos, caminhada em círculos, dificuldade de permanecer de pé, falta de coordenação motora e dificuldade de engolir, entre outros.

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A hipótese mais provável é que o mosquito tenha vindo da Argentina ou do Uruguai. Ambos os países são lindeiros à Barra do Quaraí e, desde o último trimestre de 2023, registram alta nos casos da enfermidade. “Estamos em pleno verão e com muita umidade. A chuva aumentou e facilitou muito a vida deste vetor, que é do mesmo grupo que transmite a dengue”, exemplifica o chefe da divisão de Defesa Sanitária Animal da Seapi, Fernando Groff.

A principal forma de prevenção se baseia na redução da população de insetos vetores. Mas como encontram boas condições de desenvolvimento, Groff indica a imunização preventiva. “É possível encomendar a vacina, caso não esteja disponível nas agropecuárias” informa. O imunizante não é obrigatório, conforme os protocolos sanitários vigentes. No entanto, segundo Groff, diminui os sintomas da doença e amplia a chance de sobrevivência do animal. “A vacina de pós exposição também funciona”, indica. A vacinação é recomendável de ser adotada especialmente em animais que servem ao trabalho realizado em áreas baixas, de várzea e alagadas.

Embora possa infectar animais e humanos, a doença não é transmitida entre os equinos ou dos equinos para humanos. Por esse motivo, não há interdição das propriedades com casos de EEO ou restrições de eventos agropecuários. Tão logo os sinais clínicos sejam observados, devem ser comunicados ao Serviço Veterinário Oficial (SVO-RS) por meio das inspetorias de Defesa Agropecuária.

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A EEO tem sintomas clínicos parecidos com os da raiva. “São tão parecidos que, antes de a amostra ser analisada para EEO, é testada para a raiva. Só que a raiva tem letalidade de 100% enquanto o animal pode sobreviver à EEO”, diz Groff. Por isso, não é necessário sacrificar o equino contaminado. “Alguns animais podem ser recuperar”, lembra Groff.

Foto: Décio Marini Fonte: CP

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