
Sem aulas presenciais, os professores trabalham em casa preparando conteúdos que são enviados aos alunos pela internet.
Mas poder estar em meio à natureza, fazendo esta atividade é um privilégio para poucos. A professora de Língua Portuguesa, Mariléia Marchezan, por ser de grupo de risco, está desde o início da pandemia na propriedade da família no Durasnal.
E, neste tempo, quando os dias estão mais quentes e ensolarados, a internet facilita o trabalho. A professora prepara as aulas e envia os conteúdos de locais que são de pura beleza natural.
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Cada dia escolhe um local para por sua mesa e seu notebook, e nestes cenários, recebe a energia natural para ensinar Língua Portuguesa e aulas de redação.
Ela diz que dá aulas online para os alunos do Freitas Valle e para os do Emílio Zuñeda, porém, não com muita frequência, porque a maioria dos alunos só tem a internet do celular e não têm dados móveis para assistir aulas pelo google meet.
Desde quando as aulas foram canceladas no estado, ela foi para o interior, na chácara. Ela é do do grupo de risco, e diz sentir-se segura lá. Raramente vem à cidade é o marido que tem vindo para levar o que precisam de mercados e farmácias.
– Sou privilegiada, pois estou em um lugar tranquilo, cercada de natureza. E meu filho, Felipe, com 9 anos, também sem aula, vive feliz aqui, brincando, convivendo com os animais e recebe as aulas pela internet.
Ela diz que quando foi para o interior só tinha a internet do celular, teve que contratar uma internet boa para poder trabalhar. Agora, consegue fazer tudo de casa, envia aulas para a plataforma Google Sala de Aula e, ainda, para os alunos da rede estadual dá aulas particulares.
A professora lamenta que o Estado não fornece nenhuma ajuda para investirem em equipamentos e em internet. Tudo é do seu bolso e informa que os professores estão investindo e tudo isso com salários atrasados.
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-Eu não sei se tem previsão para retorno, não se fala nada sobre isso ainda. Como os casos só aumentam, seguimos com aulas a distância, que chamamos de aulas remotas, conclui.
Vera Soares Pedroso
Fotos: arquivos pessoais