Programa de ressocialização de presos é destaque em Alegrete

O Presídio de Alegrete realiza, junto com a Prefeitura um projeto de ressocialização através do convênio PAC (Protocolo de Ação Conjunta)

detentos
O projeto dispõe de 25 vagas para apenados em atividades de serviços gerais. Em Alegrete atualmente 10 presidiários participam do convênio, podendo ser aumentado esse percentual, com a progressão de regime.
Foram selecionados no regime semiaberto, após uma avaliação do comportamento carcerário e preenchimento de requisito de acordo com a documentação, após a liberação do juiz da Vara de Execução Criminal.
A reportagem do Portal Alegrete Tudo conferiu o trabalho dos 10 detentos que participam do projeto atualmente. Com uma carga horária de 44 horas semanais, recebem um salário de R$ 580 e a quantia de R$ 146 de pecúlio.
O trabalho é fiscalizado pela Secretaria de Infraestrutura, com aval do Ministério Público. Diariamente eles assinam um livro ponto na Secretaria atestando o dia trabalhado e retornam às 19h para pernoitar no Presídio.
O que eles dizem
Com pena até 2017, um alegretense de 28 anos, diz ser muito importante o trabalho, “é uma forma da gente voltar para sociedade”, comenta ele, com um saco de lixo e uma vassoura na mão. E não desgruda do fone de ouvido, canta alto, quer montar um grupo de pagode. O detento finaliza dizendo que precisa voltar ao serviço, e pede que olhem mais por eles.
Com exame de condicional marcado para outubro, um jovem de 25 anos não vê a hora de obter a liberdade. – E, trabalha firme para que isso aconteça. Uma mulher de 38 anos, com pena até 2017, comenta a boa oportunidade que está recebendo, “melhor aqui, lá dentro é meio desumano, sei que errei” completa ela, terminando os mais de 500 metros varrido junto ao meio fio da Praça dos Patinhos. Outra mulher com sentença até 2021, com 45 anos de idade, vê o projeto como o caminho para diminuir sua pena, “aqui somos uma equipe, trabalhamos em conjunto com objetivo de voltar para comunidade”.
Com pena até o ano que vem,  um homem de 33 anos de idade carrega um carro de mão cheio de lixo. Ele diz que falta pouco para terminar a vida de gari.  “Quero uma profissão, vou estudar e arrumar um emprego, se Deus quiser,”comenta, entusiasmado. Seu colega de sela e companheiro de projeto cumpre pena até 2021, com 39 anos. Ele diz que sabe que errou, mas reconhece ser sua chance.
Os apenados estão no regime semiaberto, na Comarca de Alegrete, todos têm a consciência da transgressão das leis, priorizam o Plano de Ação Conjunta como uma nova chance e oportunidade de ressocialização e regeneração no convívio social.  Sentem-se gratos ao Juiz pelo voto de confiança, e agradecem a casa prisional e a Secretaria de Infraestrutura. Qualquer deslize, o apenado volta para o regime fechado, desde o atraso para a pernoite, como a falta no trabalho. Dos 10 presidiários, sete homens e três mulheres executam trabalhos laborais, limpeza de praças, parques, capinas em ruas, serviço de gari nas vias públicas, zeladoria de praças e mão de obra especializada de mecânica no Parque de Máquinas.
A seriedade do programa e o comprometimento no trabalho externo têm dado resultados satisfatórios. Tal é a importância do convênio, que tem proporcionado a ressocialização dos apenados e sua inclusão no mercado de trabalho.
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Fotos: Júlio César da Luz