Projeções estatísticas da Covid: média de óbitos ainda vai continuar alta, mas tende a baixar na próxima semana

Na tarde de ontem(17), a reportagem do PAT, novamente entrevistou o alegretense, advogado e estatístico, Marco Rego. A intenção foi entender essa onda de óbitos que está cada vez mais severa, ceifando vidas de todas as idades, em Alegrete e também em toda Região, Estado e Brasil.

Marco, que já havia feito a projeção de que o mês de março seria de contágio ainda maior e consequentemente de óbitos, explicou que o atual momento é mais um ciclo. Ele pontua que existe um padrão de comportamento do vírus, conforme evidências em sete dos 11 municípios da região. A variação predominante no RS é só a P1, em torno de 63.5% dos exames de mapeamento genético do vírus, como aponta o observatório da Fiocruz.

 

Então, isso não quer dizer que seja um vírus mais letal ou mais agressivo, ele só é mais transmissível. A taxa de transmissibilidade é muito superior ao corona comum, por exemplo: a taxa anterior era apenas de 1.23% , porém a variante  P1 é de 1.6. Então, dez pessoas infectadas nesta semana, na próxima serão dezesseis e assim, consequentemente, exponencialmente, multiplicando por 1.6.

Desta forma, o tempo de permanência em leitos da UTI e internações que gira em torno de vinte e um dias, que é o pico entre a contaminação e a evolução da doença. Sendo assim, quando ocorre um número elevado de casos positivos, cerca de três semanas depois vai ter a ascendência de óbitos. Neste caso, em relação a Alegrete, a curva de contaminação diminuiu cerca de 12% em relação a semana passada. Eram cerca de 106 infecções diárias, de média, e nesta semana tá com 94.

Marco explica que naturalmente a curva dos óbitos vai aumentar pelos próximos dias pra depois começar a diminuir. E isso aí não é um fenômeno que se observa só aqui, em Alegrete é em toda Região, Estado e no mundo – pontuou.

Para ser mais preciso, Marco ressalta que parece que um diluvio tá ceifando vidas, mas, na realidade, matematicamente falando, isso já era previsto.

Lógico, que não a quantidade de óbitos que diariamente se noticia, mas esse dado é pelo número de pessoas infectadas. Pois era certo que iria ocorrer um aumento, pois depois das confirmações diárias, vem a onda de óbitos.

Para ele, este é o  pior evento da pandemia, quando o número de perdas sobe nesses patamares. Mas, em tese, quando a curva de óbitos começa a aumentar, é sinal que as infecções diárias também arrefeceram. Ele considera que estamos na ponta do ciclo.

Marco também explica que deve-se levar em consideração que, 89% dos pacientes se recuperam, e ainda existem mais 40% assintomáticos. Ainda segundo estatísticas, 10% dos infectados necessitaram de internação e, desses 25% vão para a UTI. No momento, diminuiu a taxa de hospitalização, em relação aos positivos, porém, aumentou a letalidade. “Então, a doença tá evoluindo muito rápido, são muitos pacientes ao mesmo  na UTI e, consequentemente, o óbito.

O estatístico ainda citou que Alegrete teve um pequeno transtorno em relação a falta de cilindro de oxigênio, mas a Santa Casa e a Secretaria de Saúde com apoio do Exército e também da comunidade sanaram. Sendo assim, conforme o estatístico, esses óbitos estão acontecendo naturalmente, não são pelo colapso na rede de saúde. Marco pontua, que logo essa curva nos óbitos vai diminuir, já na próxima semana deve ocorrer um arrefecimento em relação aos números dos últimos dias.

Flaviane Antolini Favero