Santa Maria já registra 176 casos de agressão a crianças neste ano

Do total, 35% são casos de violência sexual com meninas de 11 a 15 anos.
Autoridades estão alerta para três situações de violência de pai contra filhos.

crianças
De janeiro a agosto deste ano, foram denunciados 176 casos de agressão a criança e ao adolescente em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul. Destes, três chamam atenção de conselhos tutelares por se tratarem de violência de pais contra os próprios filhos. Do total, 35% são situações de violência sexual. As vítimas, na maioria, são meninas, com idade entre 11 e 15 anos, como mostra reportagem do Bom Dia Rio Grande, programa da RBS TV (veja o vídeo).
Na última semana, foram duas meninas, uma de quase dois anos e a outra com um mês de vida que foram agredidas. No mês passado, um menino foi deixado nas ferragens de um carro depois de um acidente de trânsito. Foram as denúncias anônimas que ajudaram a polícia a esclarecer os casos de violência.
Aos poucos, as marcas vão sumindo e o sorriso volta a iluminar o rosto da menina, de um ano e nove meses. Ela foi agredida pelo pai e a madrasta, chegou a ter um braço quebrado. O casal segue preso em Santa Maria. E a menina voltou a morar com a mãe.
“Meu amor por ela é incondicional. Acho que meus filhos não têm tudo aquilo que quero dar para eles, mas têm bastante amor e carinho”, contou a mãe do bebê, que não quis ser identificada.
Em Agudo, também na Região Central, a Polícia Civil segue ouvindo testemunhas sobre o caso do pai que teria atirado a filha de 26 dias no chão durante uma briga com a mulher. O homem de 21 anos foi preso na última semana.
A mãe de 18 anos também é investigada por omissão. Em Faxinal do Soturno, mais um caso de negligência. No início de agosto, o pai abandonou o filho em um carro preso às ferragens depois dos dois terem sofrido um acidente.
Para o psicólogo Diogo Moraes Gomes as crianças, frágeis, são alvos fáceis para pais com comportamento agressivo.
“A gente percebe a questão do alto nível de estresse, o descontrole emocional dos pais, uma questão de vulnerabilidade, falta de orientação, o alcoolismo associado à violência, a drogadição, isso tudo vai somando e chega um momento que acabam descontando justamente no mais frágil”, apontou o psicólogo.
Na situação das meninas que sofrem de violência, o psicólogo aponta que, por elas contarem aos pais, são enquadradas em casos que conseguem pedir ajuda.
“Elas conseguem pedir ajuda, é a faixa etária que consegue expressar para alguém alguma dificuldade que está passando, um sofrimento”, completou Gomes.
Em todo o país, as denúncias podem ser feitas ligando para o número 100. No estado, outra opção é o 197 da Polícia Civil.
“Todas as denúncias, mesmo sendo anônimas, são verificadas, identificadas, e se a pessoa se identificar, isso não vai ser revelado”, afirmou a conselheira tutelar Gislaine Palma Pavão.
 
Fonte: G1