Servidor é afastado do HPS em Porto Alegre após funcionária denunciar gravação de imagens dentro do vestiário

Técnico em enfermagem tem mais de 60 anos e está prestes a se aposentar, segundo assessoria da Secretaria Municipal de Saúde. Homem assinou termo circunstanciado na delegacia, e Polícia Civil investiga o caso.

Um técnico em enfermagem foi afastado do Hospital de Pronto-Socorro de Porto Alegre na quinta-feira (5) após uma funcionária registrar boletim de ocorrência relatando que ele gravava imagens de colegas dentro do vestiário da instituição. A Polícia Civil investiga o caso.

O registro foi feito há cerca de uma semana, quando o suspeito passou a ser monitorado. Assim que a situação se repetiu, a polícia foi acionada e o homem foi levado para a 10ª Delegacia de Polícia Civil.

“Ontem pela manhã, em torno das 7h, foi feito contato com a delegacia. Foi repassado para a Brigada Militar, que compareceu ao local. [Policiais militares] verificaram que havia essa câmera instalada, na verdade um celular dentro de uma necessaire, que estaria gravando imagens dentro do vestiário”, diz o delegado Ajaribe Rocha Pinto.

Na delegacia, o homem ficou em silêncio. Segundo o delegado, ele apenas confirmou que o celular era dele. O aparelho foi apreendido, e será analisado após autorização judicial.

“Foi instaurado um procedimento, chamado de termo circunstanciado, de menor potencial ofensivo, de acordo com o artigo 216-B do Código Penal, que estabelece pena de seis meses a um ano. Ele é liberado, e se compromete a comparecer quando é intimado”, explica o delegado.

Policiais também foram até a casa do homem, e não encontraram material armazenado.

Segundo a assessoria da Secretaria Municipal de Saúde, o técnico em enfermagem é servidor da prefeitura. Ele tem mais de 60 anos e está prestes a se aposentar. A diretoria do hospital diz que o HPS repudia a atitude e se solidariza com os profissionais que sofreram com o abuso.

A ocorrência foi registrada por uma funcionária, mas a polícia destaca que, como as gravações foram feitas dentro de um vestiário, atingem diversas mulheres. “O número de vítimas acaba sendo enorme, pela grande movimentação de servidoras.”

A secretaria e a diretoria do HPS informam que seguem acompanhando a investigação junto à Polícia Civil. O afastamento do homem é por 30 dias. Dentro desse período, serão avaliadas outras medidas que poderão ser adotadas sobre o caso.

Fonte: G1