Talentoso, fotógrafo alegretense mostra sua arte “Para além do imaginário”

Fábio Mariot é alegretense, filho de Clarice Mariot e o Bruno Mariot, ambos professores e atualmente radicado em Torres.

Fábio com suas relíquias
Fábio com suas relíquias

Fábio Mariot é alegretense nascido em 1967. Filho de Clarice Mariot e o Bruno Mariot, ambos professores e que atualmente residem em Torres, já Fábio mora em Porto Alegre.

Jornalista, ele tem se destacado também como fotógrafo, inúmeros trabalhos mostram o potencial e o dom do alegretense para arte de fotografar.

A infância do fotógrafo Fábio Mariot foi marcada pelas visitas que fazia ao lado do seu pai, agrônomo, às estâncias da região do pampa. 

Fábio estudou o 1º grau no EDC – Escola Divino Coração, hoje CDC, e encerrou o primário no Oswaldo Aranha. Já o 2º Grau foi feito entre Emílio Zuñeda e Oswaldo Aranha.

No ano de 1985, foi para Porto Alegre estudar. Se formou em Jornalismo pela Famecos-PUCRS e até o momento consolidou duas especializações: Jornalismo Digital, na Famecos PUCRS, e Fotografia Avançada, na ESPM.

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Também tem dezenas de cursos na área audiovisual. “Fotografia, como qualquer outra área, exige estudo permanente, principalmente na parte conceitual, com pesquisa de referências e aquisição de obras bibliográficas. Isso não para nunca, é diário”, ensina Mariot.

Fábio Mariot em um dos seus projetos
Fábio Mariot em um dos seus projetos

Na área profissional ele passou pela RBS TV, Secretaria da Cultura do Estado, Jornal do Comércio e Portal Terra, entre outros veículos de comunicação.

Em 2014, foi aprovado no concurso para a TVE, onde trabalha atualmente como editor de vídeo. Como freelancer na área audiovisual, atua junto a assessorias de comunicação na cobertura de eventos corporativos, fotografia de produtos, culinária, arquitetura e fotojornalismo puro. Paralelo a isso, desenvolve projetos pessoais, como o último que marcou exposição no Palácio Piratini.

Mariot explica que a exposição “Gaúcho / Para além do imaginário”, faz parte das comemorações dos 100 Anos do Palácio Piratini. “É um pequeno recorte de um projeto maior de retratos de gaúchos que foi produzido nas estâncias do interior de Alegrete entre os anos de 2012 e 2015”, conta.

Fábio em ação na 3ª Capital Farroupilha
Fábio em ação na 3ª Capital Farroupilha

A exposição do fotógrafo alegretense em sua terra natal foi em busca daquele gaúcho mítico que o fascinava na infância. Segundo a jornalista Clarissa Lima mencionou no texto de apresentação da exposição, Fábio logo percebeu a diferença entre a história oficial que lhe foi ensinada e a realidade. E foi a partir dessa percepção que iniciou esse trabalho fotográfico: como uma forma de resgatar o seu passado imagético e também mostrar algo mais perto do cenário real.

Mariot na exposição Gaúchos
Mariot na exposição Gaúchos

Em sua expedição fotográfica, Fábio Mariot percorreu diversas estâncias retratando os trabalhadores rurais. Seu método consistia em chegar sem avisar porque queria “captar” os trabalhadores nos seus trajes do dia a dia. Como recurso estético usou apenas luz natural, tendo como fundo o próprio lugar de vivência do fotografado, ou seja, os galpões das estâncias. A receptividade foi ótima e durante 4 anos fotografou 100 trabalhadores, percorreu mais de 10 mil quilômetros por estradas vicinais e visitou quase 60 estâncias.

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Valdir Santiago da Silva
Valdir Santiago da Silva

Durante o processo de análise e edição do material surgiu uma série de pontos de vista. O principal foi em relação às etnias formadoras do Rio Grande do Sul. O artista viu emergir a pluralidade desse personagem épico a quem chamamos gaúcho. Estavam ali nos retratos os brancos, os negros e a miscigenação indígena-negro-branco. Os dois últimos grupos, historicamente invisibilizados pela iconografia oficial, que exaltou a identidade branca como modelo universal, relegando o indígena à uma espécie de figura alegórica. Enquanto o negro, figura central da história brasileira e gaúcha, não aparecia, era invisível nas narrativas regionalistas.

Contudo, a pesquisa poética de Fábio nos mostra que o negro é um dos principais grupos formadores da nossa cultura. Por isso, a série de retratos procura contribuir para o resgate da participação dessa etnia na formação da cultura do Rio Grande do Sul, menciona Izis Abreu historiadora da Arte e mestranda em História, Teoria e Crítica de Arte.

Os registros de Fábio Mariot dão luz à presença do negro no pampa gaúcho. Imponentes em seus territórios, mostrando a força do seu trabalho, esses homens mostram um Gaúcho diferente do imaginário coletivo regional e brasileiro. 

Antônio Rodrigues de Quadro - Xirú
Antônio Rodrigues de Quadro – Xirú

Os retratos nos aproximam do cotidiano dos trabalhadores negros do campo, usando seus trajes e ferramentas. Escravizados no passado, livres no presente, na fazenda ou na cidade, eles sempre deram seu sangue para o desenvolvimento da sociedade gaúcha. Parafraseando a poesia de Oliveira Silveira, o Rio Grande do Sul também é Terra de Negros.

Nelson Barcelos
Nelson Barcelos

O projeto, com todas as imagens, deve ser exposto em Alegrete no ano que vem e depois rodar por outras cidades do Estado. O alegretense diz que na verdade a inauguração dessa mostra já estava marcada para acontecer em outubro de 2020 no Centro Cultural, mas a pandemia adiou os planos. Atualmente Fábio está entre visitando Alegrete mais frequente, tudo por conta da esposa que está morando na 3ª Capital Farroupilha.

Exposição no Palácio Piratini
Exposição no Palácio Piratini

Fotos: reprodução

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Dionara da Silva

Parabéns pelo trabalho!!!
Acho incrível esse modo de captar ao natural.
Aguardando pela exposição na Cidade.