A depressão infelizmente tem sido uma doença recorrente a muitas pessoas atualmente, atingindo diferentes faixas etárias e classes sociais. Definitivamente, não é uma tarefa fácil lidar com esse problema. Há quem diga que “a depressão seja a doença do século”. O acúmulo de stress do dia a dia tem afetado drasticamente o emocional e o psicológico das pessoas, com isso tem crescido o índice de suicídios e de pessoas adoecidas emocionalmente. É bastante preocupante constatar que os jovens e adolescentes fazem parte dessa lista que vem crescendo no Brasil e no mundo.
A campanha brasileira Setembro Amarelo tem por objetivo prevenir o suicídio e alertar sobre a importância e a valorização da vida. Uma campanha extremamente importante, pois propõe uma abordagem delicada e imprescindível a fim de transformar uma perspectiva negativa em positiva. Outra ferramenta muito indicada pelos profissionais da área de saúde, em casos de tratamento e de prevenção à depressão e ao suicídio, é a arte.
A arte que salva
Em entrevista com a alegretense, Daniélle Alves Camargo , descobrimos que o tema central de suas pinturas é a Felicidade, sob diferentes pontos de vista. Com isso, a convidamos para falar sobre suas inspirações dentro de uma perspectiva emocional e também sua opinião sobre como a arte da pintura pode contribuir positivamente em casos de depressão.
A jovem de 19 anos disse que é audidata em tudo, mas suas artes chamam atenção por alguns detalhes que fazem dela uma grande artista (anônima). Atualmente atua como menor aprendiz na EcoMix.
Daniélle, radiante com o contato feito pela reportagem, falou que a pintura foi um achado em razão de problemas emocionais. Quando ela ainda era criança, a mãe a presenteou com alguns lápis para que o desenho fosse uma maneira de ocupar o tempo ocioso. Mas a depressão fez da pintura uma aliada e, o início que apenas alguns rabiscos saíam no papel, se transformou em algo que até mesmo Daniélle não esperava. Com isso, ela fez o primeiro desenho que mudou sua visão, um gato que a mãe guarda até hoje.
“Desgarrada do pago”, alegretense venceu na vida longe da sua terra natal
Depois de dizer que a filha tem talento e dar muito apoio para que ela continuasse a pintar, além de ter encontrado uma maneira de ganhar forças e perspectivas diferentes do que a depressão muitas vezes apresentava, Danielli também passou a se desafiar e oferecer seus trabalhos para conhecidos e amigos, na busca de ter uma renda e, desta maneira também adquirir material.
Hoje, ela pinta em painéis, tecidos, telas e outros. A sua simplicidade e seu talento se destacam. Atualmente ela reside com o companheiro e cinco gatinhos. Disse que não tem muito certo ainda o que pretende exercer como profissão, mas tem a convicção da vontade em aprender e cada dia mais aprimorar a sua arte.
“Gosto quando as pessoas me desafiam pedindo algo. Eu posso não ter feito nada parecido até então, mas eu me dedico muito e consigo o resultado. Isso é muito gratificante” – comentou.
“Percebi que minhas pinturas afastavam pensamentos ruins, fazem eu me sentir bem. Às vezes, só por conseguir formar uma cor ou um traço numa pintura já me deixa muito feliz. Uma mensagem, creio que importante – quando a vida está sem cor, pegue um kit de tintas e pincéis e as cores vão brilhar aos seus olhos” – acrescentou.
Saiu da Piola para realizar sonhos e nunca esquece do Alegrete
Se alguém tiver interesse e quiser adquirir quadros ou solicitar algum trabalho pode entrar em contato através do número 55 999844674. Daniélli também pontuou o apoio dos pais Cleni Canedo e Vanderlei Ricaldes Camargo e do companheiro.
Tenho depressão e sei bem como é isso, fico feliz em saber que temos mais uma talentosa artista alegretense.