A reportagem do PAT entrevistou, no último domingo, um casal que está realizando um tour de bicicleta. Ele é venezuelano e a mulher argentina.
A história do casal que já visitou vários estados de bike, é muito curiosa. Pois eles se conheceram há quatro anos e não pararam mais. Com uma alegria que contagia, educação e simpatia, falaram das dificuldades, as aventuras e a fascinação com a leitura e conhecimento de outras culturas.
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Em espanhol, Deividi Rojas e Tatiana Belém, comentaram sobre os lugares por onde já passaram. Eles chegaram em Alegrete na última quinta-feira e acamparam no Parque Nehyta Ramos. Nas bicicletas tudo o que precisam: a barraca, alimentos, roupas, artesanatos e os adereços para que possam fazer suas apresentações de malabares.
A decisão de percorrer alguns locais e estados de bicicleta foi uma decisão em razão da liberdade da estrada. De acordo com o casal, quando estão viajando, realizam cerca de 40 km por dia. Com um fogareiro, a refeição é garantida onde param e o banho também é na base do improviso. Duas capas de chuva viram tapume e com uma vasilha improvisam e, tudo certo, disseram.
Aqui em Alegrete, a estadia será de cinco dias. Durante o período em que estão aqui, ficam nos semáforos como malabaristas. A arte para eles é a essência de muita coisa.
O venezuelano disse que eles não são religiosos, mas diariamente leem a Bíblia pois considera que é o livro capaz de dar a eles o conhecimento necessário para a vida.
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” Estamos sempre lendo, precisamos saber sobre os lugares por onde vamos passar. Antes de chegar em Alegrete, como era a primeira vez, realizamos uma leitura sobre a cidade. Fazemos isso em todos os locais por onde passamos. Como no Mato Grosso, Acre, Rondônia, Peru, Equador entre outros. ” falou o Deividi.
Ao ser questionado sobre preconceito, o casal citou que sempre sofrem. “As pessoas julgam que estamos no semáforos para pedir dinheiro com destino para drogas e bebidas. Não fazemos isso, os valores são para nosso alimento, pois nós somos o combustível das bikes. A intenção de desbravar o mundo é para a nossa evolução, para conhecimento, não para destruir a nós mesmos ” comentaram.
O venezuelano ressaltou que sabe trabalhar em várias frentes, desde a profissão de veterinário, também como pedreiro, serviços gerais, artesanato e malabarismo. O que aparecer como trabalho ele encara. Mas a decisão de ter uma vida livre foi depois de se deparar com muitas futilidades principalmente em relação a bens materiais.
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Todo tempo em que eles conversaram com a reportagem mostraram a leveza da alma, com sorriso e muito bom humor. Os dois com os pés descalços ressaltaram que a simplicidade deixa a vida mais bela.
Quando questionados se têm filhos, disseram que ainda não, mas talvez no futuro. “Precisamos ter um momento para brindar em todos os sentidos a chegada de uma criança. Ter um filho não é pensar que a escola deve educar e os jogos na internet devem entretê- los. É ter tempo para que nós possamos dar a ele amor, educação e conhecimento para vida” – completou.
O casal estava de partida no início desta semana, segundo disseram. Vai retornar para Argentina e de lá programar uma nova aventura. Eles disseram que, em razão da pandemia muitas viagens e planos foram adiados.
Mas o desejo é fazer um tour por toda América Latina de bike.
Flaviane Antolini Favero