A cidade está infestada de focos de Aedes Aegypti, afirma Vigilância Sanitária

"A situação é gravíssima, a cidade está infestada de focos do mosquito Aedes aegypti"- alerta a coordenadora da Vigilância Epidemiológica - setor de vetores, Luciana Rosse.

A preocupação em relação aos casos suspeitos tem sido prioridade neste momento. Muitas pessoas com sintomas estão aguardando diagnóstico de dengue. Até o momento, 10 pessoas foram hospitalizadas, entre elas, uma criança, em Alegrete. Além disso, há um caso suspeito do Zika Vírus. O paciente é um jovem – esclarece.

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Em entrevista ao PAT, Luciana foi taxativa em destacar que a cidade está infestada, portanto, até o discurso de muitas pessoas já mudou. “Quando vamos às residências em razão de uma pessoa com sintomas, elas já perguntam, o que fazer e como fazer? O comportamento mudou, apesar da longa trajetória de campanhas e trabalho sendo realizado em prevenção. Hoje, até o momento, não recebemos a confirmação dos casos suspeitos, pois o laboratório é o Lacen e há uma demanda muito grande, mas há amostras na fila. Logo poderemos confirmar números expressivos de casos positivos na cidade, sem contar àqueles que são assintomáticos” – informou.

O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/RS) aponta que o exame preferencial para o diagnóstico da doença é o que detecta anticorpos IgM para Dengue, feito em amostras coletadas do 7º ao 30º dia a partir dos sintomas.

Luciana revela que já há um trabalho voltado a compra de testes para que a morosidade seja menor em relação à suspeita e a confirmação ou não dos casos de dengue no Município.

É essencial que as pessoas estejam atentas a sintomas compatíveis com a dengue, febre e dois ou mais dos seguintes sintomas: dor atrás dos olhos, manchinhas vermelhas no corpo, dor nas articulações, dores musculares, dor de cabeça, náuseas e vômitos e, diante deles, procurem atendimento na rede de saúde com a maior brevidade possível, para fazer os exames em tempo hábil e iniciar o tratamento. Importante: que não haja a automedicação – pontua.

Em condições ambientais favoráveis, o desenvolvimento a partir da eclosão do ovo até a forma adulta, em que o mosquito assume sua forma habitual, mais escuro e com marcações brancas no corpo e pernas, pode levar 10 dias.

O ciclo de reprodução do mosquito, do ovo à forma adulta, pode levar de 5 a 10 dias. Por isso, é preciso estar atento. Um balde esquecido no quintal ou um pratinho de planta na varanda do apartamento, após uma chuva, podem facilmente se tornar um foco do mosquito e afetar toda a vizinhança.

É importante verificar se a caixa d’água está vedada, a calha totalmente limpa, pneus sem água e em lugares cobertos, garrafas e baldes vazios e com a boca virada para baixo, entre outras pequenas ações que podem evitar o nascimento do mosquito.

Os ovos do mosquito podem ficar junto às laterais internas e externas dos recipientes por até um ano sem água. Se durante este período os ovos entrarem em contato com água, o ciclo evolutivo recomeça e, consequentemente, a transmissão.

Por isso, é necessário lavar os recipientes com água e sabão, utilizando uma bucha. Não importa se você mora em casa ou apartamento, o mosquito Aedes aegypti pode encontrar um recipiente com água parada para depositar os ovos e se reproduzir. “São suficientes 10 minutos por semana para fazer a vistoria em toda casa e eliminar todos os possíveis focos do mosquito” – fala Luciana.

Dados do Ministério da Saúde, do boletim Infodengue da Fiocruz e das secretarias municipais e estaduais de saúde indicam que o Brasil corre grande risco de enfrentar uma epidemia de dengue este ano.

O alerta da OMS é para uma possível epidemia de dengue, febre amarela, Chikungunya e Zika no Brasil.

Dengue:

A doença, causada por um vírus, é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Os principais sintomas são febre alta, erupções cutâneas e dores musculares e nas articulações. Nas formas mais graves, a dengue pode causar hemorragia interna em órgãos e tecidos, e levar à morte.

Chikungunya

A chikungunya também é uma infecção viral, como a dengue, e que pode ser transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, os mesmos insetos que transmitem a dengue e a febre amarela, respectivamente. Os sintomas podem incluir febre, dor nas articulações, dor muscular, dor de cabeça, dor nos olhos, dor na garganta e fadiga. Em mais de 50% dos casos, a dor nas articulações (artralgia) torna-se crônica, podendo persistir por anos.

Zika

Também transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, o vírus da zika tem como sintomas: dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos. Em geral, a evolução da doença é benigna e os sintomas desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias.

Febre amarela

A febre amarela é uma doença viral transmitida por diferentes espécies de mosquitos infectados. Os sintomas mais comuns são febre, dores musculares com dor lombar proeminente, dor de cabeça, perda de apetite, náusea ou vômito. Na maioria dos casos, os sintomas desaparecem depois de 3 ou 4 dias. 

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