A saúde mental ainda é vista como secundária e, os transtornos mentais, como fraqueza

No Dia Nacional de Prevenção e Combate à Depressão (15), vamos entender a importância do diálogo sobre saúde mental

A saúde mental ainda é vista como secundária e, os transtornos mentais, como fraqueza
A saúde mental ainda é vista como secundária e, os transtornos mentais, como fraqueza

Quando estamos com dores e/ou problemas físicos, rapidamente procuramos um especialista e recorremos a um tratamento. No entanto, quando sintomas depressivos aparecem, o mais comum é tentar esconder o sofrimento e agir como se estivesse tudo bem. De acordo com psicólogos, este comportamento é comum em uma sociedade que ainda negligência os cuidados com a saúde mental e trata os transtornos mentais como fraqueza ou frescura.

O dia 15 de setembro é o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Depressão e para a pesquisadora Joana Vermes, do Instituto de Psiquiatria do Hospital de Clínicas da Universidade de São Paulo, é mais do que necessário normalizar as questões relacionadas a saúde mental, pois todos podem apresentar algum problema ao longo da vida. “As pessoas precisam entender que, do mesmo jeito que é impossível passar uma vida sem apresentar problema de saúde geral, não existe chance de nunca vivermos um adoecimento psicológico. Pode ser um quadro ansioso ou depressivo, um luto mais complicado ou uma demência senil, por exemplo”, ela explica.

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Existe uma ideia de que os distúrbios de origem mental podem ser resolvidos por conta própria. E esse pensamento é muito negativo na hora do tratamento, pois ao invés de procurar uma ajuda especializada, muitas pessoas acreditam que controlam a sua depressão ou ansiedade e acabam recorrendo a outros recursos para se acalmar, como álcool ou outras drogas.

Segundo pesquisadores, um dos principais riscos ao negligenciar o cuidado com a saúde mental é que o sofrimento psíquico se torne comum para o indivíduo. “Uma das coisas mais difíceis é que a doença pode passar a ser um traço, como se fizesse parte da personalidade. A vida acaba ficando muito entrelaçada na questão psiquiátrica, de forma que a pessoa não sabe como é viver de outra forma”, explicou a pesquisadora Joana.

Para a psicóloga Karen Scavacini, da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio (ABEPS), a ampliação da oferta de serviços públicos de saúde mental ainda é um desafio no Brasil. A especialista defende que o processo terapêutico é uma jornada ao autoconhecimento; o tratamento ajuda a entender situações que fazem bem ou mal, amplia a qualidade de vida e ajuda no entendimento de quais relacionamentos são positivos ou negativos. E para facilitar o acesso ao tratamento, ela criou o site Mapa da Saúde Mental, que permite a consulta de locais que oferecem o atendimento gratuito, voluntário ou com preços acessíveis em todo o país.

Se você está passando por problemas, ou conhece alguém que precise, procure ajuda.

Por: Martina Santos

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Roberto Monteiro

Preguiça de entrevistar algum médico da área, em Alegrete??? Pelo que tenho visto, tem um médico que é muito requisitado, inclusive tem se destacado em nível estadual… outro dia, vi inclusive aqui, no Alegrete Tudo, ele em uma reportagem sobre residência médica na Santa Casa…