Alegretense é aprovada para o quadro de arbitragem profissional no Rio de Janeiro

A alegretense Rosana Ruviaro foi aprovada no curso de arbitragem profissional do Rio de Janeiro (FERJ).

No início desse mês ela foi aprovada nas 9 disciplinas e nos testes físicos. Rosana iniciou sua trajetória em 2015 no campo do Palmeiras. Depois de uma brincadeira com o árbitro Joel Mendonça, ela pediu para participar de um jogo do campeonato amador de Alegrete.

A gratidão é sempre um gesto nobre que engrandece quem reconhece e quem recebe

Confessa que não sabia nada de regra, mas Mendonça emprestou umas apostilhas, ela leu e logo topou o desafio. O jogo foi da categoria sênior especial durante as férias escolares. Na época ela cursava a faculdade de Jornalismo em São Borja. A mãe Vera Alice se encarregou de comprar as chuteiras, a roupa usou emprestada dos colegas de arbitragem de Alegrete.

Atuando com bandeirinha, ela integrou o trio juntamente com Elder Mendonça e Valdir Knierin. Foi aprovada, tanto que atuou em mais jogos do amador. De volta a São Borja, ela focou nos estudos, mas logo um amigo que jogava no campeonato daquele município indicou seu nome ao quadro de arbitragem. Foi logo aceita e direcionada para participar de inúmeras partidas em São Borja. Trabalhou em 2016 e 2017, atuando nas finais das Séries A e B.

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Rosana recebeu o prêmio de árbitra destaque da temporada 2016 em São Borja, após uma votação entre os clubes do campeonato. No final de 2017, acabou concluindo o curso e se formou jornalista.

Em 2018, ela se mudou para o Rio de Janeiro, onde trabalhou e logo foi para área de jornalismo. Por um tempo acabou esquecendo a arbitragem. Atuando em comunicação, marketing e tecnologia, foram quase 4 anos focada em sua atividade profissional.

Mas a paixão falou mais alto. Ou melhor a saudade da arbitragem bateu e no último dia de inscrições ela confirmou seu nome no curso. A aspirante a árbitra profissional conta que é movida a desafios e assim foi. Porém a base do futebol de várzea, a “malandragem”, alavancou a guria, aquela mesmo que atuou no campo do Palmeiras.

Sem influência nem padrinho ela se matriculou no curso da Comissão de Arbitragem de Futebol do Estado do Rio de Janeiro. Desde fevereiro encarou uma rotina cheia de obstáculos. Empecilhos como falta de altura e peso não cessaram o ímpeto da alegretense.

Rosana só foi receber uma oportunidade em 26 de novembro, quando apitou o seu primeiro jogo. Foi muito bem, porém a FERJ por questão de segurança limitou sua atuação como assistente. Em julho Rosana fez um teste físico (simulado), e acabou tendo resultados ruins. Abalada psicologicamente ela procurou ajuda com terapeutas e nutricionistas.

Adepta do crossfit, sentiu a diferença dos treinos que exigiam muita velocidade na corrida. Com uma planilha de treinos e ajuda profissional ela melhorou em massa muscular e no percentual de gordura.

O teste físico do curso foi no dia 3 dezembro. Rosana ultrapassou o teste prescrito para as mulheres que era 24 tiros de 75 metros, com 20 segundos ativos, ela não podia ultrapassar os 15 segundos e fez o teste dos homens, totalizando 34 tiros de 75 metros. Foi aprovada com excelência.

Já com participações em jogos das categorias Sub-11 ao Sub-14, Rosana vai integrar o quadro da COAF, e em 2023, passa a trabalhar em jogos do Sub-15, 16 e 17. Além do futebol profissional feminino e Sub-20 (feminino), tudo conferido por analistas de arbitragem, que vão julgar o trabalho da alegretense em campo.

Rosana ainda não se decidiu, embora acene para o apito. Se diz preparada, segura de ser árbitra, apesar de achar que a carreira não vá muito longe, não é sua prioridade maior.

A filha do desportista Chico Ruviaro ainda tem seu primeiro par de chuteira guardada na sua casa em Alegrete. Agradece imensamente o apoio e incentivo da mãe Vera, do pai Chico que ensinou ela gostar de futebol. O irmão Francisco, seu primeiro preparador físico. E um carinho muito grande ao amigo Joel Mendonça que incentivou desde o primeiro momento. Aos árbitros Giovane Martinez, Quirino, João, Diego, Bilu, Elder (Bicudo), Valdir, Rodrigo Modesto e tantos outros que apostaram na sua capacidade.

A árbitra profissional já encara uma vida social absolutamente privada, tantos em suas redes sociais, como sua postura teve os hábitos mudados. Com o trabalho de segunda a sexta, o final de semana também é de trabalho para a alegretense que teve de desmarcar os encontros com os amigos nos barzinhos da Cidade Maravilhosa.

Fotos: acervo pessoal

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